Chanceleres destacam os marcos das Cúpulas Ibero-americanas em 30 anos

Os chanceleres da Colômbia, Costa Rica, Espanha, Portugal e República Dominicana destacaram as conquistas e avanços mais notáveis alcançados ao longo de 30 anos das Cúpulas de Chefes de Estado e da Cooperação Ibero-americana.

Os chanceleres da Colômbia, Costa Rica, Espanha, Portugal e República Dominicana destacaram as conquistas mais notáveis alcançadas ao longo de 30 anos de Cooperação Ibero-americana. Isto ocorreu durante a mesa redonda organizado pela Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) para comemorar o 30º aniversário das Cúpulas Ibero-americanas de Chefes de Estado e de Governo.

A secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, iniciou a ronda de perguntas assinalando as áreas onde foram alcançados mais avanços durante estas três décadas de Cúpulas Ibero-americanas.

“Cooperamos há 30 anos em múltiplos temas: cultura, coesão social, educação, ciência; desde o empoderamento econômico da mulher até a luta contra a mudança climática; desde a mobilidade acadêmica até a diplomacia cultural; desde a inovação aberta até a digitalização das p&mes”, indicou.

A continuação, cada um dos chanceleres participantes assinalou as conquistas e resultados mais relevantes que foram alcançados graças ao diálogo político ininterrupto no marco das Cúpulas Ibero-americanas para o benefício dos cidadãos da região.

O ministro de Assuntos Exteriores, União Europeia e Cooperação da Espanha, José Manuel Albares, citou dois resultados concretos: o Convênio de Segurança Social e o Convênio sobre Talento.

“Estes são dois resultados muito específicos porque tocam o que é fundamental. Tocam a circulação de talento, tudo o que é educação, profissionalismo e o que é a saúde e a saúde pública. Sem essas coisas não pode haver uma comunidade ibero-americana”, explicou.

Por sua parte, o chanceler de Portugal, Augusto Santos Silva, destacou o Campus Ibero-América. Este programa, financiado pelo Governo espanhol, permite a mobilidade de estudantes, pesquisadores e trabalhadores dos 22 países da Ibero-América para que possam ampliar estudos, estagiar profissionalmente e realizar trabalhos de pesquisa em qualquer estado da região.

“É necessário entender o significado que isto tem para uma região como a Ibero-América, onde um terço dos estudantes universitários são a primeira geração de suas famílias que chega à Universidade”, explicou.

Em outro momento, Santos Silva assinalou duas conquistas adicionais: “a consciência de que pertencemos ao mesmo espaço ibero-americano” que une 19 países da América Latina e três da Europa e o reconhecimento da força que os dois idiomas ibero-americanos têm: o espanhol e o português. Estes dois aspectos também somam e fortalecem a região.

Para a vice-presidenta e ministra de Relações Exteriores da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, os avanços obtidos em matéria de igualdade de gênero são o mais destacável destes 30 anos. Não obstante, insistiu no muito que fica por fazer. Ao longo destes anos, a cooperação ibero-americana conseguiu realizar uma análise pormenorizada de legislação em matéria de autonomia e empoderamento econômico das mulheres para cada país ibero-americano. Isto permitiu identificar todo tipo de leis discriminatórias que necessitam ser revogadas para poder assegurar uma proteção legal adequada.

“A Ibero-América necessita que as mulheres que estamos neste espaço trabalhemos, geremos riqueza, ajudemos a gerar empregos e muito mais bem-estar”, insistiu a chanceler da Colômbia.

Além disso, o ministro de Relações Exteriores da República Dominicana, Roberto Álvarez, cujo país acolherá a próxima Cúpula Ibero-americana em 2022, ressaltou a forma na que os países conseguiram concertar, politicamente, os valores da comunidade. “Devemos aprofundar o multilateralismo apoiando-nos nesta comunidade baseada na concertação política”, indicou.

Por último, o chanceler da Costa Rica, Rodolfo Solano Quirós, destacou a capacidade de diálogo, de consenso e de concertação que os 22 países ibero-americanos demonstraram ao longo destes 30 anos.

“Conseguimos ter uma capacidade de convocatória importante. Conseguimos penetrar nas autopistas da Cooperação Sul-Sul e da Cooperação Triangular com inovação e criatividade. Também avançamos decididamente em novas fórmulas de financiamento para o desenvolvimento”, comentou.

Antes de finalizar sua intervenção ressaltou que a Cooperação Ibero-americana é possível graças à capacidade de nos escutarmos. Durante estas três décadas, os 22 países ibero-americanos foram capazes de escutar-se e entender-se para propor soluções às necessidades da região.

Com este balanço concluiu a mesa redonda com chanceleres ibero-americanos sobre o legado de 30 anos das Cúpulas Ibero-americanas e os desafios futuros que esperam a Cooperação Ibero-América.

Por outro lado, durante a mesa redonda foi lançada a campanha multimídia “Ibero-América avança”, a qual tem como objetivo destacar e difundir as conquistas alcançadas através da cooperação entre os 22 países da região, ao longo de 30 anos de Cúpulas Ibero-americanas, realizadas de forma ininterrupta.

A mesa redonda entre chanceleres foi realizada dentro do marco da celebração do Dia da Ibero-América. Esta data é celebrada desde 2019, quando os chanceleres da região acordaram escolher como dia central o dia 19 de julho, data na qual foi celebrada a primeira Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, que teve lugar em  Guadalajara (México) em  1991.

 

 

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