‘Una mujer fantástica’, do chileno Sebastián Lelio, ganha o Goya ao melhor filme ibero-americano

O filme ‘Una mujer fantástica’, do chileno Sebastián Lelio, e apoiado pelo Ibermedia, ganhou no passado sábado o Goya ao melhor filme ibero-americano na 32ª edição dos prêmios da Academia espanhola. Agora continua sua carreira pelo Oscar ao melhor Filme de Fala Não Inglesa 2018.

O filme ‘Una mujer fantástica’, do chileno Sebastián Lelio, ganhou no passado sábado o Goya ao melhor filme ibero-americana na 32ª edição dos prêmios da Academia espanhola.

Junto a este filme competia também a fita da argentina Lucrecia Martel, Zama, y El bar, de Álex de la Iglesia, os três filmes apoiados pelo programa de cooperação ibero-americana Ibermedia, tendo recebido ajudas econômicas nas convocatórias de 2014, 2015 e 2016, cada uma em um ano diferente.

Quando subiu ao cenário, Lelio subiu acompanhado de boa parte da equipe do filme (como a atriz protagonista Daniela Vega, o ator Francisco Reyes, o roteirista Gonzalo Maza, ou os produtores Rocío Jadue e Juan de Dios Larraín). “Somos chilenos, gostamos de atuar em manada”, brincou o diretor.

Ato seguido dedicou o galardão à sua família e à atual “geração de criadores” cinematográficos chilenos que, desde faz vários anos, vêm dando um impulso espetacular ao cinema em seu país, a tal ponto que hoje pode-se dizer sem exagerar que o cinema chileno vive “em estado de graça”.

Por último, Lelio cedeu o microfone à protagonista, a atriz transexual Daniela Vega, quem só disse três palavras: “Rebeldia, resistência, amor”.

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Una mujer fantástica é um melodrama sobre a bonita e triste história de amor de uma mulher transexual. Ou como se perguntava Lelio na premissa que deu origem ao projeto: “O que aconteceria se a pessoa à qual você ama morre em seus braços e seus braços são o pior lugar no qual isso poderia ocorrer porque você é, nessa sociedade, o indesejado?”.

Ocorre que Marina Vidal (Daniela Vega) trabalha de garçonete e aspira ser cantora. Seu companheiro, Orlando (Francisco Reyes), vinte anos mais velho que ela, é dono de uma imprensa. Os dois imaginam um futuro juntos. Mas quando Orlando morre repentinamente, Marina se vê obrigada a se enfrentar à família dele e à sociedade para demonstrar o que de verdade é: uma mulher complexa, forte, honesta, transexual. Uma mulher fantástica.

A um ano da sua estréia, Una mujer fantástica já ganhou o Urso de Prata ao Melhor Roteiro na Berlinale, o Coral Especial e o Prêmio à Melhor Atuação Feminina para a protagonista Daniela Vega no Festival da Havana, inaugurou a seção Horizontes Latinos no Festival de San Sebastián, obteve os Prêmios Fénix à Melhor Direção, Melhor Longa-metragem de Ficção e Melhor Atuação Feminina, assim como o Prêmio Forqué ao Melhor Filme Latino-americano. Também esteve nominado aos Globos de Ouro e aos Critics’ Choice Awards da associação de críticos dos Estados Unidos e Canadá, e segue na carreira pelo Oscar ao Melhor Filme de Fala Não Inglesa 2018.

 

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