Uma banca mais eficiente e próxima na América Latina

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, na quarta-feira, 9 de Novembro, no Uruguai, exortou os banqueiros da América Latina a conseguirem uma banca mais eficiente e próxima da população, como mecanismo para tirar partido da boa conjuntura económica da região.
Iglesias expôs esta opinião durante a…

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, na quarta-feira, 9 de Novembro, no Uruguai, exortou os banqueiros da América Latina a conseguirem uma banca mais eficiente e próxima da população, como mecanismo para tirar partido da boa conjuntura económica da região.

Iglesias expôs esta opinião durante a sua conferência “Como aumentar o acesso ao crédito e aos serviços financeiros nas economias da América Latina depois da crise global”, no âmbito da 44ª Assembleia Anual da Federação Latino-Americana de Bancos (Felaban).

De acordo com o Secretário-Geral Ibero-Americano, na América Latina é necessário “um sistema regulador muito forte e muito presente”, no qual os “mecanismos de supervisão” do sector se acomodem “às novas exigências” da sociedade.

A capitalização é também indispensável, sobretudo tendo em conta que as estimativas apontam para que o crédito para a habitação e consumo vai duplicar na região durante o período 2010-1012, acrescentou.

Não obstante, destacou as “altas reservas de capital” que já existem actualmente e o “bom equilíbrio no encaixe de moedas entre activos e passivos”.

Também sublinhou a eficiente relação entre o capital e os activos de risco, que se situa entre 13,5 e 18,6, enquanto na China está em 6% e em Espanha em 12,2, os dois países que foram apontados como exemplo.

Outra das sugestões de Iglesias para a banca latino-americana foi aprofundar a bancarização, que na região alcança 33 por cento, enquanto que nos Estados Unidos chega aos 90 por cento.

Neste sentido, lamentou também a escassez de sucursais por habitante, que no Brasil e no Chile, onde o índice é maior, chega a 1,5 e 1,3 por cada 10.000 cidadãos.

Ao melhorar este terreno, considerou Iglesias, será possível uma maior captação da poupança, um grande passo para uma região em que as microempresas dão trabalho a 50 por cento da população.

A formação de pessoal e a utilização das novas tecnologias para conseguir uma melhor eficiência bancária é outro dos reptos que levou Iglesias a Felaban.

Por fim, o Secretário-Geral Ibero-Americano exortou os banqueiros a melhorar a relação com a opinião publica, em momentos em que “a banca se confronta com um clima anti-bancário”, devido à recente crise financeira internacional, o que é especialmente notório nos países mais desenvolvidos.

“Há que informar, é muito importante que os bancos estejam próximos dos clientes”, assinalou.

Durante a sua exposição, considerou também que a região está melhor do que alguma vez esteve” em matéria económica e deve aproveitar a sua condição de região emergente.

“Temos uma grande oportunidade na América Latina. Espero que estejamos conscientes de que há muitas coisas por fazer”, indicou Iglesias, que defende “moderar um pouco as visões excessivamente optimistas e as excessivamente pessimistas”.

Uma educação de qualidade, a inovação tecnológica, a produtividade e a redefinição dos mecanismos de integração serão os desafios no futuro, concluiu.

 

 

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