A SEGIB impulsiona os ODS entre o setor empresarial da região

Com o objetivo de estimular o debate para uma visão transformadora da economia e do papel da empresa na sociedade ibero-americana, entre os dias 22 e 23 de junho, foi desenvolvido o “Congresso do Quarto Setor: Impulsionando a Economia de Triplo Impacto na Ibero-América”. O evento foi organizado pela SEGIB em colaboração com SANNAS, uma associação de empresas de Triplo Impacto comprometida em gerar uma mudança desde a economia regenerativa por uma transição ecológica e transformação social.

Allamand: “As empresas de triplo impacto vêm redefinir o conceito do êxito empresarial”

Com o objetivo de estimular o debate para uma visão transformadora da economia e do papel da empresa na sociedade ibero-americana, entre os dias 22 e 23 de junho, foi desenvolvido o “Congresso do Quarto Setor: Impulsionando a Economia de Triplo Impacto na Ibero-América”. O evento foi organizado pela SEGIB em colaboração com SANNAS, uma associação de empresas de Triplo Impacto comprometida em gerar uma mudança desde a economia regenerativa por uma transição ecológica e transformação social.

Durante dois dias, 24 profissionais de 7 países ibero-americanos debateram sobre o auge que tiveram, nos últimos tempos, as empresas de triplo impacto e sobre a necessidade de criar marcos regulatórios específicos para as, também conhecidas como, Empresas com Propósito. A condução do debate se desenvolveu através de quatro mesas temáticas: Mesa 1 O que é o quarto setor?; Mesa 2 Que regulação o quarto setor necessita?; Mesa 3 Já o estamos fazendo! Ativismo Empresarial; Mesa 4 Medidas para ativar o quarto setor.

O ato inaugural, foi presidido pelo Secretário-Geral Ibero-americano, Andrés Allamand, em companhia da Presidenta da SANNAS, Marta García Larriu, a Deputada pela Assembleia de Madri, Mónica García e, o Diretor Geral de Políticas Alavanca para o Cumprimento da Agenda 2030, Gabriel Castañares.

O Secretário-Geral Ibero-americano assinalou, sobre o auge destas Empresas com Propósito, que “não se trata de uma excentricidade senão de uma tendência. Uma tendência em alta mantida, em boa medida, graças à valoração positiva que a cidadania ibero-americana tem destes modelos de negócio de Triplo Impacto como fonte de riqueza, geração de emprego e desenvolvimento sustentável”. Esta linha de valoração positiva se translada ao âmbito legislativo e político, apontou Allamand: “Em um momento de tanta fragmentação e divisão política, quando se legisla a respeito destes marcos normativos, se legisla, geralmente, por unanimidade”. Este ambiente de consenso se reflete claramente em que países como a Colômbia, o Equador, o Panamá, o Peru e o Uruguai que já contam com um marco jurídico especialmente adaptado às necessidades destas empresas através das Leis de Sociedades de Benefício e Interesse Coletivo (Leis BIC), figura jurídica que se espera aprovar durante a próxima semana no Congresso dos Deputados da Espanha.

Em sua última intervenção o Secretário Ibero-americano ressaltou outra característica que acompanha o auge das Empresas com Propósito, referindo-se à conexão que estas têm com a juventude da região ibero-americana: “Todos os parlamentares que promoveram estas Leis são menores de 40 anos. Isso nos fala de um nexo geracional entre como as juventudes representadas nos parlamentos estão observando estas tendências e estão escorando os compromissos entre as empresas e a sociedade através de marcos regulatórios específicos”. Um exemplo deste nexo geracional se faz patente na figura de Camila Crescimbeni, parlamentar argentina de 32 anos e oradora neste Congresso. Em sua intervenção, Crescimbeni apontou também para a natureza conciliadora das propostas regulatórias: “Para avançar na agenda de empresas de triplo impacto é fundamental o trabalho entre minorias e maiorias parlamentares”.

Por outra parte, Patrick Klein, Diretor de Empreendimento e Economia Social da Comissão Europeia, quem compartilhou o painel com Crescimbeni, reflexionou sobre a importância de avançar nos marcos regulatórios não só a nível nacional, senão também a nível comunitário: “Queremos desenvolver marcos normativos para empresas de triplo impacto a nível europeu. Sabemos que avançamos a nível nacional, mas é necessário avançar a nível regional. Neste sentido, a América Latina está à frente, a nível global, já que, caso sejam aprovadas as normas que atualmente são discutidas na Argentina, Chile, Brasil e Espanha, mais da metade da população ibero-americana contará com uma legislação especial para as empresas do Quarto Setor.

Atualmente a SEGIB, em conjunto com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Centro Internacional de Pesquisas para o Desenvolvimento do Canadá (IDRC), desenvolvem mesas de trabalho em 12 países da região (Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, Equador, Espanha, México, República Dominicana, Paraguai, Peru e Uruguai) onde especialistas locais estabelecerão roteiros nacionais para o avanço desta agenda. Nesse sentido, Carolina Robino, do IDRC assinalou, durante a segunda jornada do Congresso, a necessidade de que mais países da região avancem em uma regulação apropriada para as empresas com propósito, sublinhando que só desta maneira as denominadas empresas do Quarto Setor deixarão de ser um nicho e passarão a ser tendência.

Por último, destacar a presença de Alfonso Abdo, Subsecretário de Produção do Equador, um dos países pioneiros na matéria.  Durante o segundo dia de atividades do Congresso, Abdo advertiu que “As Leis BIC desenvolvidas na região só são um piso para promover as empresas de triplo impacto. No entanto, são necessárias políticas públicas que caminhem de mãos dadas a ela”.

Graças ao trabalho realizado por todos os envolvidos no Congresso do Quarto Setor pode se dizer que a região ibero-americana é uma referência mundial nesta matéria. Ao dia de hoje, na região existem ao menos 5.000 empresas que adquiriram o modelo de Lei de Benefícios e Interesse Coletivo na América Latina. Uma experiência sul-sul extrapolável a qualquer latitude.

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