A secretária-geral ibero-americana participa no evento Mulheres Líderes Ibero-americanas

A CEAPI e Casa América organizaram, na passada quarta-feira, 23 de setembro, o encontro digital Mulheres Líderes Ibero-americanas, com a participação da secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan; Gina Diez Barroso, presidenta e CEO Grupo DIARQ; Gema Sacristán, diretora geral de Negócios BID Invest; e a presidenta da CEAPI e ATREVIA, Núria Vilanova.

Encuentro-Mujeres-Líders-Iberoamericanas

A CEAPI e Casa América organizaram, na passada quarta-feira, 23 de setembro, o encontro digital Mulheres Líderes Ibero-americanas, com a participação da secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan; Gina Diez Barroso, presidenta e CEO Grupo DIARQ; Gema Sacristán, diretora geral de Negócios BID Invest; e a presidenta de CEAPI e ATREVIA, Núria Vilanova.

Prévio ao início do encontro, o diretor da Casa América, Antonio Pérez-Hernández, deu as boas-vindas às painelistas e aos assistentes e quis reflexionar sobre como o papel da mulher na Ibero-América foi crescendo tanto no aspecto empresarial, como no social e político, ainda que os desafios aos quais nos enfrentamos pela incidência da pandemia da Covid-19 põem em risco todos os avanços alcançados, explicou.

Por sua parte, Nuria Vilanova explicou como “falar de mulher e de Ibero-América é focar em problemas que estamos vivendo, mas também nas soluções” e advogou pela importância do empresário em um momento como o atual: “o objetivo da CEAPI é fazer mais Ibero-América através das empresas, acreditamos que é o momento de falar do impacto social do empresário”.

Em sua intervenção, Gina Diez Barroso abordou os desafios aos quais a mulher se enfrenta, incidindo em que “não importa o que se tenha estudado porque o que se necessita são as habilidades brandas que uma universidade não dá, habilidades de vida, de luta e de levantar a voz. Como mulheres temos que reconhecer nosso poder, ninguém vai nos empoderar, isto é nosso”. Além disso, expressou que “é absolutamente necessário incluir o homem nesta luta, nosso discurso tem que mudar, não há vítimas de gênero, o discurso é financeiro e de negócios. As empresas necessitam abrir os espaços para a diversidade porque gera utilidade”.

Por sua parte Gema Sacristán assinalou que “ainda fica muito por fazer para melhorar em igualdade de gênero, mas são significativos dados como os que um estudo recente mostra que inclui empresas da América Latina e do Caribe, e no qual 81% das companhias afirmaram que incluir a mulher é importante ou muito importante”, concluiu.

Para impulsionar esta mudança é necessário entender onde estamos hoje em dia, a América Latina e o Caribe estão fazendo alguns avanços, como é apreciável nos dados sobre a brecha de gênero oferecidos pelo Gender Gap Report do Foro Econômico Mundial, que se situa em 32% a nível global enquanto na América Latina e no Caribe está em 29%. Isto representa que a região necessita 59 anos para fechar a brecha de gênero. Além disso, quanto ao papel da mulher na área política e econômica na região, a brecha se situa em 36%.

Para Sacristán, a brecha de gênero é oportunidade de negócio pelo que são necessárias alianças público-privadas para impulsionar a participação das mulheres e fomentar sua liderança. “É necessário que as mulheres aprendam a jogar com as regras dos homens, aprendendo como pensam e como trabalhar com eles”, concluiu.

Perante a situação provocada pela Covid-19 e a mudança de paradigma na sociedade e na ordem mundial, a mulher não pode ficar de fora. Deve-se incluí-la em todas as políticas, especialmente, as sociais e não deixar a mulher fora de nenhuma decisão, advogou Sacristán.

Finalmente, a secretária Grynspan ressaltou que foram feitos muitos avanços, mas ainda falta um caminho enorme por percorrer, porque “o ritmo de mudança é insuficiente” e destacou que “a mulher não é um grupo vulnerável, senão que é um grupo vulnerado”, tema que deve ser cuidado especialmente nestes momentos pela crise provocada pela Covid-19, que “está implicando retrocessos significativos, em aspectos como a violência de gênero ou o empoderamento econômico, porque não há medidas de conciliação”, explicou.

A situação atual deixa claro que “nos enfrentamos a um problema grave de discriminação no que se decidirá quem deve manter o trabalho, se a mulher ou o homem e, o salário feminino voltará a ser o 2º salário”, incidiu.

Para a secretária-geral “não haverá recuperação equitativa sem maior sofrimento humano, se o tema das desigualdades das mulheres não se converte em um tema central para a recuperação”. É necessário um marco normativo que elimine as leis discriminatórias que evitam o empoderamento das mulheres. Além disso, “é necessário mudar nossa conduta no mercado e tratar de que as empresas sejam exitosas, mas também sejam respeitosas com os valores como a sustentabilidade, a raça, o gênero, etc.”, explicou.

Segundo os dados publicados, 2,7 milhões de empresas na América Latina se perderão, o que faz necessário que as mulheres tenham acesso a fundos de apoio para a transformação da empresa, porque não vão seguir em frente só com o crédito, é necessário o apoio à digitalização ou a redução da brecha de gênero ou a melhora dos instrumentos, entre outros aspectos.

A presidenta da CEAPI, clausurou o encontro, destacando a necessidade de lutar por erradicar a economia informal da que formam parte muitíssimas mulheres, para poder ajudar as empresas e os trabalhadores, além de mudar a aceitação da violência de gênero por parte da sociedade e que termina afetando também a empresa.

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