A gastronomia, como motor dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

O relatório “A contribuição da Gastronomia à consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, do Basque Culinary Center e da Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB), define a gastronomia como um setor com enorme potencial para o desenvolvimento das sociedades contemporâneas e uma valiosíssima transcendência cultural, social, econômica e meio ambiental.

Profissionais de diferentes disciplinas analisam a gastronomia como sinônimo de desenvolvimento social, econômico, políticas públicas e meio ambientais

Dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, 11 estão diretamente relacionados com a alimentação

O relatório pode ser descargado AQUI (em castelhano) e AQUI (em portugués)

Madri, 12 de setembro de 2022.  O relatório “A contribuição da Gastronomia à consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, do Basque Culinary Center e da Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB), define a gastronomia como um setor com enorme potencial para o desenvolvimento das sociedades contemporâneas e uma valiosíssima transcendência cultural, social, econômica e meio ambiental.

O estudo identifica a contribuição da gastronomia a cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) através de casos de iniciativas concretas e especifica como dentre todos eles, 11 estão diretamente relacionados com a alimentação, e como os outros 6 estão conectados com os sistemas alimentares. Além disso, são refletidos exemplos de boas práticas nos países membros da comunidade ibero-americana.

Para os diversos profissionais que firmam o estudo, entre eles se encontram David Hertz (fundador da Gastromotiva); Marta Fernández Guadaño (fundadora da Gastroeconomy); Karissa Becerra Biaggioni (fundadora da Revolução) ou Pablo Rivero (restaurante Don Julio); a gastronomia conforma uma importante cadeia de valor que deve ser vista com uma visão 360º que envolva todos os atores desde o início da cadeia até o consumidor: produção agroalimentar (agricultura, pesca e pecuária), alimentação e bebidas, distribuição em diversos canais, hotelaria, atividades de catering e delivery, turismo gastronômico ou startups de foodtech. 

O trabalho presentado hoje pelo Secretário-Geral Ibero-americano, Andrés Allamand; o Diretor do Basque Culinary Center, Joxe Mari Aizega; o  Vice conselheiro de Agricultura, Pesca e Política Alimentar do Governo Basco, Bittor Oroz, e a Diretora de Cooperação com a América Latina e o Caribe da AECID, Laura Oroz, surge em um contexto muito particular: a pandemia da COVID-19 e seus efeitos econômicos e sociais que afetam todos os países do mundo incrementando a desigualdade, especialmente entre as pessoas mais desfavorecidas; uma realidade que obriga a repensar a maneira de atuar desde um enfoque de sustentabilidade. Nesse sentido, a publicação advoga por uma gastronomia vinculada ao território, à cultura local, ao consumo de alimentos frescos de proximidade e de temporada.

O estudo também incide em aspectos como a educação, ao relacioná-la diretamente com a saúde e o bem-estar tanto o próprio como o do planeta. Ainda, nele se defende que a gastronomia seja circular e sustentável perante o esgotamento dos recursos naturais que servem de insumo e energia da gastronomia.

A publicação assinala também que é necessário melhorar as condições laborais das mulheres e homens que trabalham ao redor desta indústria, fazendo possível a conciliação entre a sua vida laboral e pessoal. Também se faz patente a necessidade de revalorizar o ofício para que a comunidade continue vendo a gastronomia como uma boa saída laboral.

O relatório serve, além disso, como apoio para a reflexão técnica e acadêmica que é realizada pela Conferência Ibero-americana para a implementação do Plano Ibero-americano de Gastronomia e Alimentação Sustentável, PIGA 2030, aprovado pelos países da Conferência Ibero-americana.

O caminho para alcançar a construção de sistemas alimentares inclusivos, sociedades equitativas e o desenvolvimento comunitário integrado, é longo e desafiante. O potencial da gastronomia para contribuir aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é evidente e o desafio é traduzi-lo em estratégias práticas, conclui o relatório, em cuja apresentação participaram também Lázaro Rodríguez, Diretor Transformatorio, consultor da SEGIB; Purificação González Camacho, Sub-diretora Geral de Promoção dos Alimentos da Espanha; David Hertz, Fundador da Gastrnomotiva; Meyling Tang, jornalista especializada em economia pesqueira, vice-presidenta da Fundação Cocinamar e sócia do Tres Peces Productos del Mar e Marta Fernández Guadaño, economista e jornalista gastronômica fundadora do Gastroeconomy.

A contribuição da Gastronomia à consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é um projeto de colaboração entre a Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) e o Basque Culinary Center (BCC). O trabalho conta com o apoio institucional do Governo Basco, e o financiamento da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID). Nele participaram chefs, restauradores, empresários produtores, empreendedores do turismo ou da hotelaria, organismos públicos e instituições de apoio e acadêmicos.

NOTA AOS EDITORES/AS 

1. Basque Culinary Center é uma instituição acadêmica pioneira a nível mundial em sua dedicação à educação universitária e ao desenvolvimento do potencial da gastronomia com relação à educação, à investigação, à inovação e ao empreendimento. Desde a sua criação em San Sebastián, em 2009, concentrou seus esforços em criar um espaço interdisciplinar que contribui à profissionalização do setor. Desde a sua origem, a instituição desenvolveu a sua visão da Gastronomia 360º através de diferentes iniciativas e projetos. Neste ano, serão celebradas as conquistas alcançadas e os desafios de futuro baseados nos valores da entidade: paixão, excelência, inovação e compromisso social.

 

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