Impactos da CODIV-19 sobre os Povos Indígenas

Governos e Povos Indígenas dialogaram sobre a elaboração e implementação de programas e projetos socioeconômicos, que permitam enfrentar os impactos provocados ou agravados pela pandemia em territórios indígenas.

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Com o objetivo de gerar um espaço regional de diálogo e intercâmbio de perspectivas e propostas que permita aos Povos Indígenas enfrentar os principais efeitos sociais e econômicos provocados ou agravados pela pandemia da COVID-19, a SEGIB,  o FILAC e o Foro Indígena de Abya Yala organizaram o webinar “Diálogo de Alto Nível, impactos CODIV-19 sobre os Povos Indígenas. Perspectivas e Desafios perante as incertezas e a crise gerada pela expansão desta pandemia”.

Na inauguração do evento participaram Myrna Cunningham, presidenta do FILAC; Rebeca Grynspan, secretária-geral ibero-americana e Amadeo Martínez, coordenador do FIAY.

Durante sua intervenção, a secretária Grynspan destacou que hoje em dia “vemos uma tendência à ruralização da pandemia, afetando coletivos que não se viram golpeados na etapa precoce do brote” o que tem um impacto direto nos povos indígenas. Ainda assim, fez um reconhecimento ao trabalho que a FILAC está fazendo no levantamento da informação durante a pandemia, com quase 1.000 pessoas falecidas que pertencem a comunidades indígenas e, ao menos, 163 povos de 10 países, sendo “imperioso dar respostas com o foco especialmente colocado nessa diversidade cultural que tão rica faz a nossa região”.

Por sua parte, o secretário técnico do FILAC, Álvaro Pop, realizou uma intervenção onde falou sobre os desafios para o Desenvolvimento com Identidade no marco dos efeitos da pandemia.

Durante o evento também houve dois painéis de discussão, o primeiro, denominado “Por uma concertação de esforços entre Governos, Povos Indígenas e outros atores relevantes para combater os efeitos da pandemia e promover o Desenvolvimento com Identidade” participaram Gregorio Mirabal da COICA, Betty Pérez da ECMIA-CA,  Viviana Figueroa da RMIB, Carlos Alberto Baena, vice ministro de Participação e Igualdade de Direitos da Colômbia; Angela María Acevedo, vice ministra de Interculturalidade do Peru, Emilce Vanegas, presidenta do Conselho Regional do Caribe Norte da Nicarágua e Vinizio Cerezo, secretário Geral da SICA.

O segundo painel se denominou “Promover o Intercâmbio de experiências e colaboração sul-sul sobre ações destacáveis para combater os efeitos da pandemia e promover o Desenvolvimento com Identidade”. Contaram suas experiências os indígenas Hernán Nae, turismo comunitário da Bolívia; Milvian Aspuac, Movimento de Tecedoras da Guatemala e Rayanne Cristine Maximo França, medicina tradicional do Brasil.  Do mesmo modo, o painel contou com representações estatais de Ignacio Malig, diretor Nacional do CONADI do Chile; Randall Otárola Madrigal, vice ministro em Assuntos Políticos e Diálogo Cidadão da Costa Rica, Saúl Vicente, diretor de Assuntos Internacionais do INPI do México, Martín Rivero, coordenador da Área de Coesão Social e Cooperação Sul-Sul da SEGIB e Jorge Hernando Pedraza, secretário geral da Comunidade Andina.

Finalmente, o evento terminou com uma ronda de comentários e seguintes passos a cargo de Gerardo Jumi da ONIC, Griselda Gonzales do Governo da Guatemala e María Fernanda Espinoza, embaixadora de boa vontade do FILAC.

Durante o webinar foram recolhidas recomendações para levar adiante um processo de diálogo propositivo entre Governos e Povos Indígenas orientados à elaboração e implementação de programas e projetos socioeconômicos, os quais permitam enfrentar os impactos provocados ou agravados pela pandemia em territórios indígenas, fortalecendo suas formas organizativas e levando em conta suas próprias cosmovisões. E foram identificadas oportunidades de colaboração mista entre Governos, povos Indígenas e organismos de cooperação sob o formato Sul- Sul em temas de interesse comum.

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