Ibero-América aposta por uma migração ordenada, segura e regulada

Foi celebrado, na SEGIB o evento “O Pacto Mundial sobre Migrações e suas oportunidades para a Ibero-América”, no que se debateu sobre a necessidade de que a migração, em todo o mundo, seja ordenada, segura e regulada dentro do marco da lei.

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No dia de hoje, 1º de abril, foi celebrado na SEGIB o evento “O Pacto Mundial sobre Migrações e suas oportunidades para a Ibero-América”, no que participaram a secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, e a prefeita de Madri, Manuela Carmena, junto a Fernando de la Mora, delegado da Missão Permanente do México perante as Nações Unidas da Secretaria de Relações Exteriores, e quatro especialistas no tema. Todos os oradores debateram sobre a necessidade de que a migração em todo o mundo seja ordenada, segura e regulada dentro do marco da lei.

Durante sua intervenção, a secretária Grynspan destacou o protagonismo da migração na última Cúpula Ibero-americana, celebrada em Antigua Guatemala, e expressou a importância de “recuperar o enfoque de desenvolvimento quando se fala de migração, situando-a no marco da Agenda 2030″.

Ainda assim, ressaltou a importância das políticas locais. “No local é onde vamos ter que encontrar muitas soluções para fazer realidade o Pacto de Marrakech, que fala de uma migração segura, ordenada e regular”, afirmou. E acrescentou que para as políticas de desenvolvimento é fundamental o “pilar comunitário, não perder a coesão e o tecido social a nível local”. Em sua opinião, é crucial “não deixar de lado a comunidade receptora”, especialmente nos casos em que “os migrantes chegam a comunidades em uma situação de vulnerabilidade similar”, tal e como está ocorrendo em muitas zonas da América Latina.

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Por sua parte, a prefeita Carmena destacou o papel que os Governos municipais têm em termos de migração, dado que “hoje em dia os assentamentos majoritários são as cidades”, e recordou a importância de que as prefeituras tenham maiores competências na gestão do fenômeno migratório. Ainda assim, expressou que “quando a integração se faz desde as estruturas sociais de base do resultado”, enumerado como eixos da política migratória local a integração no âmbito escolar e o papel das alianças entre cidades.

Tanto a secretária Grynspan como a prefeita Carmena coincidiram em alertar do perigo de certos discursos sobre a imigração. Manuela Carmena expressou a importância de “não nos deixarmos aturdir por determinados discursos”, e a secretária Grynspan instou a nos esforçarmos por criar uma “narrativa distinta”, capaz de “combater a narrativa do medo”.

Durante o evento, o delegado da Missão Permanente do México perante as Nações Unidas, Fernando de la Mora, realizou uma conferência magistral sobre a necessidade de um pacto mundial para abordar a migração, na que instou a que “a cooperação internacional seja a norma em matéria de migração e não a exceção”.

Do mesmo modo expressou que “Não se pode entender o desenvolvimento sustentável sem a migração, já que tem um impacto em todos os ODS” e recordou que “No mundo existem 258 milhões de migrantes, 3% da população mundial. São motor de desenvolvimento e geram 9% do PIB mundial”.

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Finalmente, Alejandro Guidi, assessor regional principal para as Américas do Escritório do Diretor Geral da Organização Internacional para a Migração; Ignacio Corlazzoli Hughes, representante do Escritório na Europa do BID; Inmaculada Zamora, secretária geral da FIIAPP; Mercedes Sánchez Pedrosa, chefa do Departamento de Cooperação com a Centro-América, México e o Caribe da AECID e a moderação de Gonzalo Fanjul, diretor de Pesquisas da Fundação Por Causa, coincidiram na importância do papel da cooperação entre instituições, países e governos locais para implementar o pacto migratório.

A jornada de hoje sobre migrações esteve precedida pela ratificação, por parte da SEGIB e da Prefeitura de Madri, do protocolo geral de colaboração subscrito entre ambas as instituições em 2007. Com a assinatura deste documento, Rebeca Grynspan e Manuela Carmena se comprometem a continuar seus esforços para promover a cooperação a nível ibero-americano, o papel da Conferência Ibero-Americana e a labor da União de Cidades Capitais Ibero-americanas (UCCI) como organização que aglutina às principais cidades da região, entre outras ações.

Ver o “Estudo sobre migração na Ibero-América”

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