Encerramento do II Fórum Global de Sustentabilidade: especialistas destacam que preservar o meio ambiente cria emprego e negócios

A redução das emissões de carbono requer uma transformação da economia que além de preservar o meio ambiente pode criar postos de trabalho, novos modelos de negócio e as oportunidades de investimento necessárias para reativar a economia.
“Aí existe uma grande oportunidade de liderança para o setor privado”, disse hoje o ex presidente da Costa Rica, José María Figueres,…

A redução das emissões de carbono requer uma transformação da economia que além de preservar o meio ambiente pode criar postos de trabalho, novos modelos de negócio e as oportunidades de investimento necessárias para reativar a economia.

“Aí existe uma grande oportunidade de liderança para o setor privado”, disse hoje o ex presidente da Costa Rica, José María Figueres, ao encerrar o II Fórum Global de Sustentabilidade, que, organizado pela Secretaria Geral Ibero-americana (Segib) e a empresa Ernst & Young, se celebrou em Madrid nos dias 6 e 7 de maio.

Na cerimônia de encerramento usou também a palavra o secretário de Estado para o Meio Ambiente do estado brasileiro de São Paulo, Bruno Covas, que anunciou que o próximo Fórum se celebrará em São Paulo em meados do próximo mês de novembro, e convidou os participantes para este encontro.

No seu discurso, Figueres disse que perante a atual crise econômica entre os países desenvolvidos, os economistas “não sabem para onde vamos” e referiu que o modelo estabelecido há 200 anos com a revolução industrial e “intensivo em emissões de carbono se está a esgotar e já não é viável”.

O mundo precisar de ir em direção de “uma economia de baixo carbono, que não só resolva problemas ambientais como também, e é o mais importante, resolva os problemas econômicos”, acrescentou.

Enquanto os governos e o sistema da ONU debatem neste âmbito, existem quase 50% de emissões de carbono que se podem baixar criando assim “uma boa oportunidade de negócios, o que significa reativar a economia, ajudar o meio ambiente e gerar oportunidades empresariais”, insistiu Figueres.

Entre essas iniciativas, referiu a possibilidade de investir na transformação de grandes barcos para que gastem menos combustível e contaminem menos, ou dar emprego aos que o perderam no setor da construção espanhol por causa da crise.

Até 2007 o mundo viveu 15 anos de expansão econômica como nunca antes se tinha conhecido, declarou Figueres ao recordar que a América Latina registrou nesse período um crescimento entre 6 e 7%, África 5% e Ásia 10%, o que permitiu “tirar milhões de pessoas da pobreza” e aumentar a classe média.

O ex-presidente da Costa Rica e ativista a favor do meio ambiente manifestou que o que mais o preocupa nesta crise é o desemprego e advertiu ao referir-se ao desemprego juvenil que “estamos em vias de perder a geração que mais preparamos, educamos e que poderia contribuir para resolver muitos problemas”.

Usaram também a palavra Ruy Amaral, secretário adjunto ibero-americano e José Miguel Andrés, presidente da Ernst & Young Espanha, que também destacaram as oportunidades econômicas e de negócios que o desenvolvimento sustentável apresenta.

Veja todos os assuntos