Elcano apresenta na Segib o relatório “Um Futuro Comum para a Europa, América Latina e Caribe”

Os valores, interesses e setores prioritários (transição ecológica, digital e social) compartilhados pela União Europeia, pela América Latina e o Caribe, juntamente com as consideráveis necessidades financeiras para enfrentá-los, são pontos-chave do documento.

Em 4 de abril foi apresentado na sede da Secretaria-Geral Ibero-Americana o relatório “Um Futuro Comum para a Europa, América Latina e o Caribe” (descarregar o relatório em espanhol), do Real Instituto Elcano, coordenado pelo European Think Tanks Group  (ETTG) com o apoio do Ministério de Assuntos Exteriores, União Europeia e Cooperação da Espanha.

Durante o evento, o Secretário-Geral Ibero-americano, Andrés Allamand, enfatizou a importância da cooperação por sua capacidade de aprimorar políticas públicas e a qualidade de vida das pessoas. Por isso, ele destacou a necessidade de “refletir sobre o futuro da cooperação” e “identificar antecipadamente as novas modalidades e áreas nas quais ela deve se concentrar para se tornar o catalisador que a América Latina precisa para avançar decididamente em direção ao desenvolvimento sustentável”.

Por sua vez, o Presidente do Real Instituto Elcano, José Juan Ruiz afirmou que é necessário conhecer a América Latina não apenas por suas narrativas, mas também por seus dados, ao mesmo tempo em que lembrou dos interesses comuns de ambas as regiões em questões globais como  desigualdades, mudanças climáticas ou erosão das democracias.

Na primeira parte do documento, dedicada a políticas de cooperação e financiamento, destaca-se como o investimento estrangeiro direto possui atualmente uma importância significativa, enquanto outras formas de financiamento, como a assistência oficial para o desenvolvimento, são menos relevantes. Também é apontada a importante margem de crescimento para realizar iniciativas de cooperação financeira com um enfoque além da ajuda, no contexto do Global Gateway. O relatório também menciona a necessidade de alinhar agendas, trocar conhecimentos e aproveitar iniciativas existentes, bem como buscar denominadores comuns em áreas-chave para as duas regiões, como a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento (MDB) e questões relacionadas à dívida e reformas fiscais em ambientes bilaterais ou multilaterais, que podem ajudar a aproveitar o potencial financeiro dessas relações birregionais.

Da mesma forma, no segundo segmento, destinado aos temas relacionados com a transição energética e a ação climática, destaca-se a importância de avançar de forma conjunta em energias limpas e renováveis, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e os objetivos estabelecidos em Paris.

A desigualdade, como uma armadilha para o desenvolvimento, é o terceiro grande tema abordado no estudo, que explora como superar a baixa confiança nas instituições e na democracia, com uma criminalidade generalizada e um baixo crescimento econômico na América Latina.

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