Andrés Allamand afirma que a Europa e a América Latina necessitam uma da outra para defender valores comuns em um encontro do CEAPI

O secretário-geral ibero-americano destacou que o financiamento, a tecnologia e os investimentos europeus na América Latina devem contribuir a perfilar uma economia na região que supere o “extrativismo” e seja capaz de agregar valor às riquezas naturais.

O Conselho Empresarial Aliança pela Ibero-América (CEAPI) celebrou nesta terça-feira um encontro de sócios presidido por Andrés Allamand, Secretário-Geral Ibero-americano (SEGIB), e Núria Vilanova, presidenta do CEAPI. Durante o almoço, o máximo responsável da SEGIB apresentou uma visão da realidade da América Latina, destacando as múltiplas oportunidades para investimentos em uma incipiente dupla via: da Europa à América Latina e da América Latina, pela mão das chamadas `multilatinas`, para a Europa, ante presidentes de empresas e membros de famílias empresárias da Ibero-América, sócios do organismo. O evento teve lugar nos escritórios de Gómez-Acebo & Pombo, após a celebração do Conselho Diretivo do organismo empresarial.

Allamand explicou que estamos no umbral do relançamento das relações entre ambos os continentes, processo em que teve grande importância a Presidência Espanhola da UE durante o atual segundo semestre. Tal relançamento, segundo o Secretário-Geral Ibero-americano, abrange aspectos geopolíticos, estratégicos, comerciais e de investimentos.

Ainda assim, Allamand sublinhou que “a Europa e a América Latina se necessitam, mutuamente, não só para defender na arena internacional valores comuns, senão para aproveitar múltiplas oportunidades, entre outras, nos âmbitos da digitalização, energias limpas e infraestrutura, todas proclives a alianças público-privadas”. Ainda assim, enfatizou que as oportunidades vão mais além do aproveitamento e acesso a matérias primas que a América Latina possui. O financiamento, a tecnologia e os investimentos europeus, especificou, devem contribuir a perfilar uma economia na região que supere o “extrativismo” e seja capaz de agregar valor às riquezas naturais.

Por sua parte, Núria Vilanova destacou a importância capital que reveste a cooperação entre países e empresas da Comunidade Ibero-americana e, também, o fortalecimento dos vínculos entre as companhias da América Latina, da Europa e dos EUA. “Na semana passada tive a oportunidade de viajar a Nova York no marco da 78ª Assembleia Geral da ONU, e não posso estar mais de acordo com as conclusões alcançadas pelas ministras e pelos ministros da região. Fortalecer a cooperação entre os países ibero-americanos é fundamental, e, mais além dos objetivos geopolíticos, diplomáticos e econômicos, trata-se de criar projetos que melhorem a vida dos cidadãos. Para isso é imprescindível que sigamos fomentando o trabalho conjunto entre as instituições e os empresários, como promovemos desde o CEAPI. São dois atores essenciais para alcançar a mudança que queremos”.

“Andrés Allamand é uma figura chave para alcançar estes objetivos dos quais falo. O mundo do século XXI, o da IV Revolução industrial, tecnológica, digital e sustentável, não poderá ser feito sem a América Latina, que possui as matérias primas estratégicas necessárias para que se produza essa mudança. E o compromisso de instituições como a SEGIB, dirigida por grandes líderes como seu secretário-geral, serão cruciais para impulsionar a colaboração entre a Espanha, Portugal e a América Latina, e converter a região na potência que deve ser. Até a próxima XXIX Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, que será celebrada em Quito, no próximo mês de novembro, seguiremos a trabalhando e fomentando estes valores que compartilhamos e defendemos por igual”.

No desenvolvimento do encontro empresarial, a presidenta do CEAPI anunciou a celebração do VII Congresso Ibero-americano CEAPI para Presidentes de Companhias e Famílias Empresárias, que será celebrado de 17 a 19 de junho de 2024 em Cartagena das Índias, Colômbia. Um evento, sob o título Crer, Crescer, Criar Ibero-América ante o desafio do crescimento e a produtividade, que se translada pela segunda vez ao território latino-americano, após o encontro na República Dominicana em 2022, e no qual participarão 500 presidentes das principais empresas multi-ibero-americanas com investimentos a ambos os lados do Atlântico.

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