Allamand: “A digitalização pode ser chave para o futuro das democracias”

O Secretário Geral Ibero-americano, Andrés Allamand, participou da apresentação da nova edição da revista TELOS, na qual concedeu uma entrevista sobre a importância da digitalização para fechar lacunas históricas.

Fotos de Javier Arias cedidas pela Fundación Telefónica.

O Secretário-Geral Ibero-americano, Andrés Allamand, abordou esta quinta-feira, durante a apresentação no Espacio Fundación Telefónica da nova edição da revista TELOS, as vantagens e riscos que a Inteligência Artificial acarreta, uma inovação que, segundo ele, pode ser vital para direcionar as democracias, ao gerar eficiência aos Governos e assim resolver parte do problema de desconfiança e decepção que a população sente hoje em relação a elas. “A tecnologia faz sentido na medida em que beneficia as pessoas e protege os seus direitos e se colaboram para fechar as lacunas existentes na educação, saúde, serviços bancários, cultura e eficiência do Estado. A digitalização pode ser sinônimo de crescimento e desenvolvimento”, afirmou.

No encontro moderado pelo diretor da TELOS, Juan Manuel Zafra, Allamand conversou com a diretora de Estratégia Global de Assuntos Públicos da Telefónica, Trinidad Jiménez, sobre a inclusão digital e o futuro da tecnologia. Jiménez, por sua vez, concordou com a oportunidade que as tecnologias oferecem. “O futuro será digital ou não será”, afirmou. Um tempo, disse, que deve ser visto a partir da acessibilidade e da inclusão de todos: idosos, jovens, mulheres, indígenas…

O Secretário Geral Ibero-americano também fez referência à Carta Ibero-americana de Princípios e Direitos em Ambientes Digitais, aprovada pelos 22 países durante a Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, e afirmou que o documento só faz sentido se a tecnologia beneficiar as pessoas e proteger os direitos dos cidadãos.

Ambos os palestrantes também concordaram sobre a oportunidade que representa para a América Latina debatar a entrada na Inteligência Artificial ao mesmo tempo que a economia global o faz. “Onde não há oportunidades na digitalização?”, perguntou Allamand.

E como desafios, para que as lacunas de desigualdade não se ampliem, os dois participantes destacaram a importância de melhorar a cobertura, o acesso, a utilização e a cooperação de múltiplos atores. “É impossível que apenas os operadores encontrem as fórmulas para alcançar a todos, entre outras coisas, porque a conectividade deve ser vista como um bem público”, observou Trinidad Jiménez. Nesse sentido, Allamand reafirmou a necessidade de unir esforços de entidades públicas e privadas.

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