A Diplomacia das Cúpulas: Desafios e Oportunidades dos Novos Regionalismos

O Seminário “A Diplomacia das Cúpulas: Desafios e Oportunidades dos Novos Regionalismos”, organizado pela Secretaria Geral Ibero-americana com o apoio da Comissão Europeia e o Serviço Europeu de Ação Exterior, celebrou na sexta-feira, 22 de fevereiro, no Edifício Belaymont, sede da Comissão Europeia em Bruxelas.
A inauguração deste fórum de diálogo contou com a participação de Enrique V. Iglesias, Secretário Geral Ibero-americano…

O Seminário “A Diplomacia das Cúpulas: Desafios e Oportunidades dos Novos Regionalismos”, organizado pela Secretaria Geral Ibero-americana com o apoio da Comissão Europeia e o Serviço Europeu de Ação Exterior, celebrou na sexta-feira, 22 de fevereiro, no Edifício Belaymont, sede da Comissão Europeia em Bruxelas.

A inauguração deste fórum de diálogo contou com a participação de Enrique V. Iglesias, Secretário Geral Ibero-americano; Jolita Butkeviciene, Diretora para a América Latina e Caribe de EuropeAid, Comissão Europeia; Pierre Vimont, Secretário Geral Executivo do Serviço Europeu de Ação Exterior; José Ignacio Salafranca, Deputado do Parlamento Europeu e Co-Presidente de EUROLAT, e Benita Ferrero-Waldner, Presidente da Fundação EU-LAC e Ex Comissária Europeia.

O Secretário Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias, presidiu este encontro internacional onde afirmou que “as relações euro latino-americanas estão imersas no processo de reconfiguração do cenário internacional global. A América Latina está hoje mais próspera, e também mais autônoma politicamente do que o estava há algumas décadas. Muito significativa é também a consolidação do Brasil como potência emergente no cenário global”.

Iglesias destacou também que a “América Latina continua a ser uma região com uma rica diversidade no social, cultural, econômico e político. Expressão disso é o crescente números de fóruns, alianças e instâncias sub-regionais de diversa índole. Para designar esta tendência, fala-se hoje de um “novo regionalismo” latino-americano. A América Latina está a procurar novas formas de se relacionar entre si e de se relacionar com o mundo. A recente criação da CELAC é, nesse sentido, um passo relevante, auspicioso e histórico”.

Entre os assistentes estiveram presentes destacadas personalidades da América Latina e da Europa, Embaixadores, Chefes de missão perante a UE latino-americanos e do Caribe dos países: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador, República de El Salvador, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela;  e do Caribe, os países da Guiana, Haiti e dos Estados do Caribe Oriental.

Assistiram também o Embaixador representante permanente de Espanha, a Embaixadora representante permanente da Georgia e os representantes das Embaixadas representantes permanentes dos Estados Membros perante a UE em Bruxelas.

Também estiveram presentes acadêmicos especialistas em temas da América Latina e da Europa, representantes e chefes das unidades de relações Exteriores e das Américas do Serviço Europeu de Ação Exterior, da Comissão Europeia e Eurodeputados das Delegações para a América Latina e Caribe do Parlamento Europeu.

A reunião teve por objetivo criar um espaço apropriado para um diálogo político informal sobre a evolução das cimeiras bi-regionais e sub-regionais na América Latina, fazendo um mesmo tempo um balanço do seu percurso, e propondo novas perspectivas para as agendas das cúpulas Ibero-americana e CELAC-UE, examinando as possibilidades de gerar sinergias entre ambas.

Ao longo do dia alteraram as intervenções de Susanne Gratius (FRIDE), que expressou como moderadora do segundo painel que a “Europa e a América Latina têm uma relação política privilegiada com a Europa que se manifesta na co existência de dois sistemas paralelos de Cúpulas: as Ibero-americanas e as Euro-Latino-americanas-Caribenhas. Ambos os sistemas apresentam e discutem assuntos globais e muitas vezes partilham as mesmas visões e chegam a conclusões semelhantes. Dever-se-ia aproveitar as sinergias existentes para fortalecer o nosso diálogo político sobre assuntos globais e acordar posições comuns.”

Adolfo Garcé García y Santos (Universidade da República do Uruguai) falou no seu discurso sobre a questão da legitimidade das cúpulas. “As cúpulas presidenciais – afirmou – não só produzem decisões importantes em diversas matérias, como geram também símbolos de alto impacto para os cidadãos dos países cujos líderes participam nelas. Parece necessário, no momento de imaginar o futuro das Cúpulas, refletir de forma mais sistemática sobre esta dimensão simbólica”.

Ricardo Cortés Lastra (Parlamento Europeo) fez uma revisão crítica dos problemas enfrentados atualmente pelas Cimeiras, expondo a perspectiva do Parlamento Europeu em relação à América Latina, e analisando quais os desafios e oportunidades é que apresenta o futuro cenário das Cúpulas.

Por outro lado, Sandra Fuentes-Berain, embaixadora e chefe da missão mexicana perante a UE em Bruxelas, falou sobre o início e os objetivos da Aliança do Pacífico e Adrián Bonilla (FLACSO) falou sobre as possibilidades estratégicas da CELAC num ambiente marcado sobre a existência de múltiplas opções multilaterais na América Latina, assim como a heterogeneidade dos modelos de desenvolvimento na região.

Por último, as palavras de encerramento estiveram a cargo do Secretário Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias, e do Diretor Executivo para as Américas do Serviço Europeu de Ação Exterior, Roland Schäfer.

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