59% das MPEs Ibero-Americanas consideram que sua situação melhorará em um ano

Durante o V Fórum Ibero-Americano das MPMEs foram apresentados os resultados do inquérito realizado a 2.200 MPMEs dos 22 países ibero-americanos, que responderam a questões que vão desde as suas principais preocupações às suas políticas de sustentabilidade, desde a igualdade de género às estratégias de transformação digital e aos seus planos de internacionalização, entre muitos outros tópicos.

59% das MPMEs Ibero-Americanas consideram que sua situação melhorará em um ano, segundo os resultados da pesquisa mais ampla realizada até o momento pela Secretaria-Geral Ibero-Americana e organizações empresariais da região, entre elas membros do CEIB e da OIE (Organização Internacional de Empregadores). Mais de 2.300 MPMEs dos 22 países da Ibero-América participaram.

Aposta na transformação, no teletrabalho e no talento digital

Conforme consta no documento intitulado “Inquérito Ibero-Americano de MPMEs: Apostar nas micro, pequenas e médias empresas para o crescimento e a prosperidade”, apresentado hoje pelo secretário permanente do CEIB, Narciso Casado; o responsável de Economia e Empresas da SEGIB, Esteban Campero, e o secretário-geral da FIJE, Antonio Magraner, durante o segundo dia do V Fórum Ibero-Americano das MPMEs. As PMEs da região apostam firmemente na digitalização; 86% delas se encontra em alguma etapa do processo e 59% afirmam ter trabalhadores preparados para esta transformação.

Em relação ao nível de digitalização das MPMEs lideradas por mulheres, elas se encontram 15 pontos abaixo dos homens, o que demonstra a lacuna digital que ainda existe no tecido das pequenas e médias empresas da região. Em termos de género, contam com quadros de trabalhadores com uma participação feminina muito importante, que ainda é baixa no que diz respeito aos níveis de direção. 66% das MPMEs lideradas por mulheres contam com mais de 50% de força de trabalho feminina em sua empresa.

O inquérito também evidencia que a pandemia gerada pela COVID-19 desempenhou um papel decisivo na digitalização das empresas, com apenas 17,5% afirmando que tiveram que encerrar suas operações, enquanto 77% das PMEs implementaram ferramentas digitais durante a “grande crise de isolamento”.
Delas, 39,7% consideram que este processo de digitalização foi fundamental para a sobrevivência do seu negócio. Além disso, 77% das pequenas e médias empresas ibero-americanas optaram pela modalidade de teletrabalho nesse período e, atualmente, 79,4% delas afirmam que continuarão com esta prática.

Financiamento, internacionalização e sustentabilidade: o futuro das MPMEs

Diante dos cenários globais de crise nas cadeias de abastecimento e do auge inflacionário, as corporações ibero-americanas apontam a inflação como sua principal preocupação (45,6%, seguida pelo financiamento, com 19,5%). Nesse sentido, 64% das pequenas e médias empresas ibero-americanas reconhecem que a fonte predominante de financiamento é por meio de recursos próprios. Apesar desse cenário, a maioria das MPMEs estão otimistas com o futuro de suas empresas, tendência que continua na maioria dos setores e, embora o otimismo diminua ao pensar no futuro de seus países, as percepções permitem imaginar uma predisposição ao investimento e à produção.

No que diz respeito à internacionalização das MPMEs Ibero-Americanas, segundo o documento, nos últimos dois anos foi produzido um salto de 39,6%, nas exportações, de apesar de continuarem a encontrar dificuldades na gestão para poder exportar.

A MPME Ibero-Americana tem claro o seu papel como agente de mudança, que procura gerar um impacto positivo na sociedade; 41,8% das empresas consideram este um objetivo fundamental em seu roteiro. Para isso, 50,7% das MPMEs começaram a implementar estratégias e planos de sustentabilidade que consideram o cuidado com o meio ambiente como prioridade. Nesse sentido, para 25,8% delas, a principal motivação para o desenho e a implementação desses planos foi a elaboração de produtos e serviços que preservem o meio ambiente.

Para o desenho do questionário foram levados em conta estudos prévios de referência de universidades e organismos multilaterais, literatura especializada sobre o tema a ser abordado e conhecimento específico da realidade das MPMEs Ibero-Americanas, além da contribuição e visão de mais de 2.300 empresas de 22 países da Ibero-América em matéria de sustentabilidade, digitalização, comércio exterior e inovação. O relatório também inclui contribuições de quatro importantes autoridades da região: o Ministro de Comércio Exterior da Costa Rica, Manuel Tovar; sua homóloga da Indústria, Comércio e Turismo da Espanha, Reyes Maroto; o Ministro da Produção do Equador, Julio José Prado; e o Secretário de Estado da Economia de Portugal, João Neves.

O V Fórum Ibero-Americano das MPMEs faz parte da programação oficial do XIV Encontro Empresarial Ibero-Americano, que será realizado na XXVIII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo em 2023 na República Dominicana, e contou com a presença de António Costa Silva (Ministro da Economia e do Mar de Portugal), Andrés Allamand (Secretário-Geral Ibero-Americano), além de 7 vice-ministros de países da América Latina.

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