Reformas e integração, propostas do BID para o crescimento na América Latina

O Economista Chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), José Juan Ruiz, apresentou na terça-feira, 28 de maio, na sede da Secretaria Geral Ibero-americana, em Madrid, o Relatório Macroeconômico da América Latina e Caribe 2013 em que se expõem as reformas necessárias na região para evitar as baixas taxas de crescimento num ambiente mundial de crise econômica.

O Economista Chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), José Juan Ruiz, apresentou na terça-feira, 28 de maio, na sede da Secretaria Geral Ibero-americana, em Madrid, o Relatório Macroeconômico da América Latina e Caribe 2013 em que se expõem as reformas necessárias na região para evitar as baixas taxas de crescimento num ambiente mundial de crise econômica.

O BID propõe reformas no mercado laboral destinadas a aumentar a produtividade e melhorar as infraestruturas para fomentar o crescimento e melhorar as condições econômicas e sociais do continente.

Segundo o Relatório, a América Latina e o Caribe crescerão 3,9 % no período 2012-1017, quase um ponto menos, 4,8 % registrado em 2003-2007.

Crescer a este ritmo “não é uma crise”, afirmou Ruiz, mas não é suficiente para manter as dinâmicas de crescimento anteriores à crise de 2008.

O diretor do BID apresentou com reformas fundamentais a do mercado de trabalho, para reduzir a “informalidade” que existe no mesmo, e reformas para fomentar a poupança, que permitam financiar as infraestruturas, fundamentais para o desenvolvimento econômico.

Ruiz identificou “informalidade” com baixa produtividade, uma vez que as pessoas que trabalham informalmente o fazem em pequenas empresas também “informais”, com maior rotação na força de trabalho, menos investimento nos seus trabalhadores e com pouco acesso ao financiamento. Além disso, as pessoas que trabalham nesta situação costumam ter menos formação, o que afeta diretamente o capital humano.

Relativamente à infraestruturas, fundamentais para o desenvolvimento, a América Latina investe menos do que nos anos 90 e de acordo com o relatório, o continente teria de investir 5 pontos do PIB – o dobro do atual – e manter o investimento durante quinze anos. Como o investimento privado neste setor reduziu, o relatório propor também fomentar a poupança interna para resolver o financiamento das mesmas.

Ruiz reconheceu que existe uma “poupança informal” à margem das entidades financeiras, que se mantém no enquadramento das famílias, mas é menos eficiente.

No entanto, afirmou que estas reformas não podem ser feitas de fora, referindo-se a organismos internacionais, mas a partir de cada país, ao considerar que é um “problema político” do continente, e deve fazer-se em função das necessidades e da qualidade das instituições nacionais.

“A região sabe que tem instituições e tem que gerar consensos domésticos para fazer as reformas e mantê-las”, afirmou o economista chefe do BID.

Por outro lado, o Secretário Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias, que presidiu à cerimônia, mostrou-se de acordo com as propostas de reforma apontadas pelo BID. “Há que criar na América Latina o “boom” das reformas, afirmou Iglesias, e destacou como mais necessárias as da educação e a reforma dos Estados.

As reformas “são complicadas e socialmente difíceis, mas é necessário fazê-las, concluiu Iglesias, para quem a reforma do Estado é um “assunto fundamental em toda a região”, apesar de ser a “mais dolorosa”.

Juntamente com as reformas, José Juan Ruiz propôs a “integração” da região, uma vez que se as reformas forem levadas a cabo pelos grandes, por exemplo, o México e o Brasil, não se repercutiria no conjunto, mas se todos as fizerem, a região cresceria mais e a integração poderia substituir a diminuição provocada pela crise mundial.

Presentações:

José Juan Ruiz – BID

Juan Ruiz – BBVA

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