Redução da desigualdade na América Latina

A desigualdade na América Latina reduziu de forma sustentada durante o período de 2000-2007 devido a factores tais como o aumento da cobertura da educação e o aumento das transferências ou ajudas governamentais às famílias mais pobres.
Assim explicaram na terça-feira, 29 de Junho, em Madrid,…


A desigualdade na América Latina reduziu de forma sustentada durante o período de 2000-2007 devido a factores tais como o aumento da cobertura da educação e o aumento das transferências ou ajudas governamentais às famílias mais pobres.

Assim explicaram na terça-feira, 29 de Junho, em Madrid, na Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB), os economistas Luis López-Calva, mexicano, chefe para a América Latina e Caribe do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD), e a argentina Nora Lustig, da Universidade de Tulane (EEUU), editores do livro “A redução da desigualdade na América Latina: Forças do mercado ou acção do Estado”.

De acordo com o estudo, realizado com base em informações da Base de Dados Sócio-económicos para a América Latina e Caribe (SEDLAC), da Universidade Nacional de La Plata (Argentina), a desigualdade desceu cerca de 1,1 por cento anualmente de forma sustentada em doze países latino-americanos, entre eles Argentina, Brasil, México e Peru.

“O fenómeno foi generalizado e entre os elementos que contribuíram existe uma redução da desigualdade na educação, que agora é de grande cobertura, além da diminuição da lacuna entre mão de obra qualificada e mão de obra pouco qualificada”, explicou Lustig.

A editora afirmou que estes avanços são devidos ao facto dos quatro países analisados terem realizado reformas substanciais no mercado desde 1990, que permitiram que o comércio e o investimento estrangeiro se liberalizassem.

Na sua opinião, este progresso permite que a América Latina consiga sucesso na redução dos índices de pobreza, ao contrário do que sucede na China, Índia e África do Sul, onde a desigualdade aumenta apesar do crescimento económico.

De acordo com os editores do livro, entre os factores que fizeram diminuir a desigualdade está a fosso menos amplo de rendimentos entre trabalhadores qualificados e não qualificados.

A analista destacou que apesar do continente latino-americano ter progredido no âmbito da educação, preocupa a qualidade da mesma, pois no futuro a população deverá confrontar-se com “a barreira do acesso à educação superior” e assim, acrescentou, “abrandará o ímpeto de igualdade”.

Nora Lustig referiu-se a que a qualidade inferior que os pobres recebem nos níveis básicos e médios não lhes permite aceder ao “nível terciário” (universidade) por falta de recursos”.

A obra está publicada em inglês e a sua versão em castelhano está em processo de preparação no México pelo Fundo de Cultura Económica (FCE).

Na cerimónia de apresentação do livro, o director de Estratégia e Análise para a América Latina do Banco Santander, José Juan Ruíz, afirmou que a redução da desigualdade “é positiva” para as empresas espanholas na região.

“A América Latina está bastante melhor do que há dez anos, tem um enorme potencial de crescimento e isso será mostrado ao longo desta década”, disse o economista do Santander.

Segundo Ruíz, nos países da América Latina há agora maior esperança de vida, a água potável está mais universalizada, a vacinação infantil, a alfabetização, o acesso à telefonia e à internet, protegem-se as florestas, existem 22 por cento de mulheres no parlamento e melhor repartição dos rendimentos e riqueza.

 

 

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