Portobelo, segundo lugar emblemático no Panamá do Corredor Cultural Caribe Centro-americano

A proclamação do segundo lugar emblemático do Corredor Cultural Caribe Centro-americano, Capítulo do Panamá, realizou-se no dia 2 de agosto no Distrito de Portobelo, Província de Colón. Este distrito foi declarado como parte da Via dos Escravos rebeldes e lugar emblemático do capítulo Panamá do…

A proclamação do segundo lugar emblemático do Corredor Cultural Caribe Centro-americano, Capítulo do Panamá, realizou-se no dia 2 de agosto no Distrito de Portobelo, Província de Colón. Este distrito foi declarado como parte da Via dos Escravos rebeldes e lugar emblemático do capítulo Panamá do Corredor.

As autoridades do Distrito decretaram como Patrimônio Mundial a Via dos Escravos Rebeldes e a Via do Caminho Real e o Patrimônio imaterial das Comunidades Afro-descendentes relacionado com a história destes caminhos. Assinalam que o Caminho Real foi uma via de comércio colonial central nas Américas, e desempenhou um papel fundamental para a fundação de Portobelo, sendo pessoas afro-descendentes que trabalharam na construção e manutenção do Caminho Real.

Cimarrón* significa uma atitude de dignidade na luta pela sua liberdade para as populações afro-descendentes. Se bem que foi uma denominação para o escravo que fugia, acabou por significar luta pela liberdade, o direito a ser humano, o direito a conservar as línguas ancestrais, o direito a praticar a espiritualidade negada, à construção de espaços nos quais viver com liberdade. Em 1579, os afro-descendentes revoltados no Panamá, assinaram um tratado de paz na cidade de Portobelo, onde se lhes atribuiria liberdade coletiva, sendo o primeiro precedente de libertade esclavagista na América. Isto levou à fundação dos chamados Palenques, principalmente na costa Caribe panamenha, na bacia do atual Canal do Panamá e no distrito de Chepo, na Província do Panamá, onde ainda residem descendentes dos escravos rebeldes.

Durante o evento contou-se com a intervenção da Diretora do Escritório de Representação para a América Central e Haiti da SEGIB, Doris Osterlof, que assinalou o trabalho que a SEGIB tem vindo a realizar relativamente ao tema dos afro-descendentes, e que continuará a ser acompanhado por iniciativas deste tipo que promovam a cultura e identidade das populações afro-descendentes na Ibero-América. Também se contou com a participação da Diretora da OEI – Panamá, Melissa Wong, que salientou as ações do Corredor Cultural Caribe Centro-americano – Capítulo Panamá “Coração Afro-descendente”, com o apoio da SEGIB e da OEI.

O Presidente da Câmara de Portobelo, Carlos Chavarría, assinalou a relevância para a cidade da proclamação como lugar emblemático dentro da Via dos Escravos Rebeldes. Destacou a importância que a comunidade do distrito atribuía à preservação dos costumes e cultura dos escravos rebeldes.

A atividade foi organizada pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), o Escritório da América Central da Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB), a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), com o apoio da Secretaria Executiva da Etnia Negra e da Câmara Municipal de Portobelo.

Contou-se com a presença de representantes governamentais, organizações civis, jovens estudantes e membros da comunidade.

* Cimarrón era como se chamava ao escravo que se refugiava nos montes em busca da liberdade.

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