Os mitos argentinos reunidos em homenagem ao Bicentenário

Mitos do imaginário argentino, como Carlos Gardel, Evita, Che Guevara e Maradona, prestam homenagem ao Bicentenário da independência argentina pela mão da Agência Efe e Telefónica, unidas no projecto “Bicentenário. Instantâneos da nossa história”, apresentado no dia 20 de Agosto no bairro portenho de San…


Mitos do imaginário argentino, como Carlos Gardel, Evita, Che Guevara e Maradona, prestam homenagem ao Bicentenário da independência argentina pela mão da Agência Efe e Telefónica, unidas no projecto “Bicentenário. Instantâneos da nossa história”, apresentado no dia 20 de Agosto no bairro portenho de San Telmo. À cerimónia assistiram cerca de 300 pessoas, entre elas María Kodama, o Embaixador de Espanha na Argentina, Rafael Estrella, e a Vice-Ministra da Cultura do Governo da cidade, Josefina Delgado.

Com uma introdução do Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, o livro de fotografia, que integra mais de 200 imagens, recorda os acontecimentos mais importantes da história argentina e reflecte o estreito vínculo cultural que existe entre a Argentina e Espanha.

Enrique V. Iglesias destaca, no seu texto introdutório, que a “verdadeira força de um país reside em forjar um sentimento nacional que seja compartilhado por todos os seus habitantes”. Neste sentido, continua, as comemorações da Revolução de Maio “reforçam a identidade latino-americana e servirão para continuar a construir essa enorme pátria a que chamamos Ibero-América”.

De Carlos Gardel a Federico García Lorca, sem esquecer escritores da envergadura de Alfonsina Storni, Jorge Luis Borges, Julio Cortázar ou Juan Gelman; a desportistas como Juan Manuel Fangio, Diego Armando Maradona e Juan Martín del Potro, ou cantores como Andrés Calamaro e Mercedes Sosa, conjuntamente com personalidades espanholas como Joaquín Sabina ou Joan Manuel Serrat, sucedem-se nas suas páginas.

Políticos de todos os sectores que marcaram o rumo do país desde o século XIX e imagens pouco conhecidas de personagens arreigadas na memória colectiva, como a imagem do guerrilheiro Ernesto Che Guevara na praça de touros de Vistalegre de Madrid, ou as fotografias de Eva Duarte prostrada perante a virgem de Macarena durante uma visita a Sevilha completam o livro, que também dá conta das profundas transformações sociais que o país viveu durante estes 200 anos.

Na sua intervenção durante a apresentação da obra, o presidente do Grupo Telefónica na Argentina, Eduardo Carido, sublinhou que o objectivo do projecto foi “prestar tributo a 200 anos da República Argentina” e admitiu ter-se sentido “comovido” por muitas das imagens de um livro que constitui “uma forma de aprender a nossa história”.

Também para María Kodama, viúva de Borges, deixar as imagens falar sobre a história argentina é uma proposta “excelente”, que “tende a unir através do respeito e da admiração, fundamental para a convivência de todos nós”.

Na opinião da Vice-Ministra da Cultura do governo de Buenos Aires trata-se de uma “iniciativa magnífica” e de “mais um elemento para fortalecer os laços históricos entre a Argentina e Espanha”.
“Todos temos nas nossas raízes antepassados espanhóis. A língua une-nos. Fazê-lo através das fotografias parece-me uma ideia magnífica, é a forma de ver como o país avança, como se transforma”, referiu Josefina Delgado.

“Oxalá este livro sirva para nos entendermos um pouco mais”, concluiu o jornalista Lalo Mir, uma das figuras mais reconhecidas da radiodifusão argentina, que fez o papel de mestre de cerimónias.

 

 

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