O México assume a presidência do programa Ibermemoria Sonora e Audiovisual

O México foi eleito para exercer a presidência do programa Ibermemoria Sonora e Audiovisual, cujo Comitê Intergovernamental teve a sua primeira reunião no México, nos dias 3 e 4 de março.
A proposta do representante de Espanha, Lidia Camacho, diretora da Fonoteca Nacional, foi eleita por unanimidade entre seis dos sete países que até ao momento são membros…

O México foi eleito para exercer a presidência do programa Ibermemoria Sonora e Audiovisual, cujo Comitê Intergovernamental teve a sua primeira reunião no México, nos dias 3 e 4 de março.

A proposta do representante de Espanha, Lidia Camacho, diretora da Fonoteca Nacional, foi eleita por unanimidade entre seis dos sete países que até ao momento são membros deste programa de cooperação.

Após a sua eleição, Lidia Camacho destacou que, com este programa, se reconhece a enorme riqueza do patrimônio sonoro e audiovisual que existe na Ibero-América e que “todos juntos podemos fazer uma união de esforços que se reflitam num maior reconhecimento do potencial que temos nas nossas mãos com estes acervos sonoros e audiovisuais, a verdade é que lhes agradeço enormemente a sua confiança”.

Indicou que se trata de um patrimônio que é necessário cuidar para as futuras gerações e “podem ter a certeza de que toda a minha equipa estará a dar o melhor de nós próprios para que nesta unidade técnica e com esta representação da presidência a meu cargo, todos nos possamos sentir orgulhosos dos frutos e dos trabalhos que vão emanar deste programa”.

A diretora da Fonoteca Nacional do México exercerá a presidência do programa Iberomemoria Sonora e Audiovisual durante os próximos três anos e pediu aos representantes dos países membros para convidarem duas nações a juntarem-se ao programa.

Este é um trabalho, disse, “que não se faz sozinho, requer a ajuda de todos vós, que possamos unir-nos, adotar um ou dois países, eu comprometo-me a trazer dois países para o programa, para que possamos ir juntando, nestes três anos de trabalho, conquistas muito quantificáveis como é necessário neste programa, não são ocorrências, devem ter uma planificação muito concreta, para que posamos ir vendo os frutos anualmente, de forma muito importante”.

Nesta primeira reunião constitutiva do Comitê Intergovernamental do programa Ibermemoria participaram os representes da Argentina, Costa Rica, Panamá, Espanha, Colômbia e México, países que na primeira instância fazem parte desta iniciativa, além do Chile.

Enrique Vargas, subdiretor de Assuntos Culturais da Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB), comentou que na referida reunião estiveram os representantes das instituições ibero-americanas destinadas à preservação e difusão do patrimônio sonoro e audiovisual e que foi na vigésima terceira Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo que se aprovou a criação desta iniciativa de cooperação, Ibermemoria Sonora e Audiovisual.

Precisou que com o nascimento deste programa de cooperação procura-se preservar e difundir o acervo cultural da região, o qual, reconhece, é diverso, plural e com um valor estratégico excecional que contribui para o desenvolvimento, pelo que todas as ações se desenvolverão no quadro da cooperação ibero-americana.

O representante SEGIB indicou a importância de contar com fundos financeiros para o desenvolvimento deste programa e a sua adequada administração. Também referiu que na próxima reunião do Comitê Intergovernamental de Ibermemoria Sonora e Audiovisual, que se realizará em 2015 em lugar por definir, será importante que haja mais países membros que se juntem a esta iniciativa em que hoje participam sete nações.

Os representantes dos países membros acordaram realizar o Seminário Internacional de Arquivos Sonoros e Audiovisuais na Fonoteca Nacional do México, assim como um Diplomado em Conservação e Preservação Sonora e Audiovisual.

Além disso, está contemplada a criação de uma página web onde cada país contribuirá com conteúdos sonoros e audiovisuais em temas de grande importância, como são os sons em perigo de extinção, que incluirá línguas indígenas, animais e ofícios, como o de afiador; música tradicional, através de gravações históricas e a seção de arquivo da palavra, onde se poderão escutar discursos emblemáticos.

Neste sentido, o representante de Espanha, José Carlos Gonzalvez, comprometeu-se a fornecer arquivos sonoros como a gravação de graças contadas nos finais do século XIX e os discursos da Guerra Civil do seu país.

Propôs-se igualmente a criação de uma exposição virtual com a história da gravação do som, onde se apresentarão as fichas técnicas dos diversos aparelhos com que o ser humano deixou marcas sonoras.

Os membros do programa Ibermemoria Sonora e Audiovisual também fizeram uma visita às instalações da Fonoteca Nacional, onde puderam constatar os avanços que a instituição fez para preservar de forma ótima o patrimônio sonoro do nosso país.

A Fonoteca conserva materiais que, caso se fizessem cinco programas diários, durante 365 dias por ano e se se escutasse o que já está digitalizado, levaria 21 anos.

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