O ex-Presidente da Bolívia, Carlos Mesa, no Conversatório Ibero-americano do México

O ex-Presidente da Bolívia, Carlos Mesa, participou no passado dia 1 de outubro no Conversatório Ibero-americano organizado pelo Escritório de Representação da Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB) no México. A sua apresentação teve como título “América Latina, uma ou várias”.

O ex-Presidente da Bolívia, Carlos Mesa, participou no passado dia 1 de outubro no Conversatório Ibero-americano organizado pelo Escritório de Representação da Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB) no México. A sua apresentação teve como título “América Latina, uma ou várias”.

Acompanharam-no na mesa o Embaixador José Antonio Zabalgoitia, Diretor Geral de Organismos e Mecanismo Regionais Americano da Secretaria de Relações Exteriores; Marcos Domic Ruíz, Embaixador da Bolívia; Manuel Guedán, Representante da Secretaria Geral Ibero-americana para México, Cuba e República Dominicana; Francisco Troya, Embaixador do Panamá e Manuel Alabart, Embaixador de Espanha. 

Na sua intervenção, o ex-Presidente Mesa referiu-se a uma América Latina no singular e outra no plural. No singular porque são 20 nações latino-americanas com cultura, uma língua e religião comuns mas com caraterísticas muito particulares. No plural, porque a América Latina é uma região com um enfoque ideológico e visões comuns.

A este respeito comentou que a região aprendeu duas lições muito importantes – a primeira, que com o objetivo de potenciar o desenvolvimento é importante a gestão responsável da macroeconomia. E a segunda, que os governos também aprenderam que a reorientação da distribuição implica um compromisso social através das transferências assistidas que geraram resultados positivos a partir do convênio do Estado com os cidadãos, que recebem apoios para o seu desenvolvimento.

Por isso, o ex-Presidente Mesa referiu que as diferenças ideológicas entre os países da região não são profundas, apenas o discurso porque toda a região promove políticas macroeconômicas e de assistência que têm muito em comum, o que gerou uma bonança que é notável na região.

No entanto, referiu que na América Latina falta ainda aproveitar esta janela de produtividade para dotar os produtos do elemento tecnológico para que adquiram um maior valor acrescentado.

Perante a situação dos Estados Unidos e da Europa, opinou que esta influenciará numa desaceleração das economias latino-americanas, que não será grave e que pode ser aproveitado para se focar na sua transformação.

Mesa destacou ainda a importância de promover a integração da América Latina, sem ignorar os Estados Unidos, que afinal continuam a ser uma potencia. Por isso, os esforços de integração devem ser feitos com uma ideia pragmática de conveniência, como fizeram os países da Aliança do Pacífico.

Em conclusão, referiu que é possível o singular, mas que no entanto é obrigatório entender o plural. 

No evento também estiveram presentes outras 30 pessoas, entre membros do corpo diplomático, personalidades do âmbito acadêmico e funcionários da Secretaria de Relações Exteriores. Como em ocasiões anteriores, o conversatório foi patrocinado por Fomento Econômico Mexicano (FEMSA) e contou também com o apoio da Coordenação Estatal de Assuntos Internacionais e de Apoio a Migrantes Poblanos.

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