Jornalistas e representantes de meios de comunicação da Europa e da América Latina iniciaram esta segunda-feira, dia 14, um encontro no Panamá para debater as transformações do jornalismo, as novas tecnologias informativas e o seu papel no atual contexto social, político e econômico em ambas as regiões. Sob o tema “Despertares e desencantos”, abriu-se o XIX Fórum Euro-latino-americano de Comunicação, que se desenvolverá até o próximo dia 16 de outubro.
À abertura deste encontro, organizado pela Associação de Jornalistas Europeus (APE), pela Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI) e pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), assistiram o Diretor Geral para a Ibero-América do Ministério Espanhol de Assuntos Exteriores e Cooperação. Pablo Gómez de Olea e o Embaixador de Espanha no Panamá, Jesús Silva Fernández.
O Presidente da APE, Diego Carcedo, afirmou que este encontro coincide sempre com as Cúpulas Ibero-americanas e tem lugar há 19 anos, com a ideia de lançar uma ponte de união e aproximação do jornalismo ibero-americano e da América Latina.
O que se pretende neste encontros, segundo indicou Carcedo, é analisar e aprofundar a realidade atual, seja a “boa” ou a “má”, da Europa e da América Latina e da mudança na comunicação com as novas tecnologias e a internet.
“Estamos a assistir a uma mudança importantíssima na atividade jornalística e na comunicação em geral, e isto deve-se a diferentes razões e uma delas são as derivadas das novas perspectivas que a internet nos abre para que se estabeleçam novos caminhos para a difusão do nosso trabalho”, afirmou Carcedo.
No Fórum discutir-se-á sobre os recentes protestos de rua na Colômbia e no Brasil que foram motivados pelo descontentamento social perante o crescimento econômico injusto, as inovações do jornalismo mundial, os novos meios digitais e o déficit informativo, entre outros temas.
No primeiro destes assuntos far-se-á ênfase durante os três dias do fórum, referiu o Diretor Executivo do FNPI, Ricardo Corredor Cure. Cure acrescentou que os protestos que aconteceram na América Latina este ano são uma espécie de “sinal” sobre “uma certa inconformidade da cidadania com o crescimento econômico que a região teve”.
“Pensamos, como hipótese, que estas manifestações, estes protestos, este inconformismo da cidadania reflete um pouco esta insatisfação (…) protestos e discussões semelhantes aconteceram na Europa e em Espanha mas em contextos diferentes e pareceu-nos um tema muito importante para discutir aqui”, acrescentou Corredor.
A Diretor e representante do CAF no Panamá, a peruana Susana Pinilla, opinou, por outro lado, que é importante que o jornalismo e as fontes de conhecimento contribuam para ter “uma visão unida da América Latina a longo prazo, para conseguir um crescimento sustentável e a integração regional”.
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