O Secretário Geral Ibero-americano apostou hoje no multilinguismo como uma forma de facilitar a compreensão entre as culturas. Durante a reunião em Paris dos representantes dos Três Espaços Linguísticos (TEL) formados pela Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB), a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a Organização Internacional da Francofonia (OIF), Iglesias destacou que “a língua e a cultura são um ponto de apoio para construir um mundo que se entenda melhor”.
Alertou também que o auge das tecnologias da comunicação “poderia levar à perda da diversidade cultural e linguística”, por causa do predomínio do inglês. “Não protegemos a língua só como uma identidade linguística, mas sim como uma identidade cultural que reflete valores”, acrescentou Iglesias.
No seu discurso, Iglesias advertiu que “o mundo vai ter problemas para se entender”.
Na sua opinião, o planeta encontra-se num momento de mudança de civilização, uma vez que “a globalização da economia” fez com que alguns países emergentes tenham cada vez mais peso nas relações internacionais.
Além disso, acrescentou, aconteceu uma “transferência da economia de Ocidente para Oriente”.
Iglesias assegurou que houve progressos no multilinguismo, uma vez que, por exemplo, o espanhol, deve-se oferecer obrigatoriamente como língua estrangeira nas escolas do Brasil desde 2005, mas considerou que no entanto é necessário “fortalecer” o papel das línguas nas relações internacionais.
Por outro lado, o Secretário Geral da Fancofonia, Abdu Diuf, criticou o fato de, “por ser mais prático e por motivos econômicos”, exista um monolinguismo no dia a dia das instituições internacionais e salientou que “ está em jogo o direito das populações a expressarem as suas diferenças culturais”.
Na mesma linha, o Secretário Executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, Murade Isaac Miguigy Murargy, sublinhou que as línguas “transportam uma visão do mundo nas relações internacionais”.
No encontro também interveio o diretor do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, Gilvan Müller de Oliveira, que opinou que “inclusivamente os países anglófonos começam a dar-se conta de que o inglês não é suficiente para entender o mundo”.
Por outro lado, o diretor do gabinete de direção do Instituto Cervantes, Luis Prados, destacou a expansão do espanhol, especialmente nos Estados Unidos e assegurou que a força do castelhano nesse país será fundamental para influir em todo o mundo.
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