O Secretário Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias, participou na terça-feira, 5 de março, na inauguração do Curso de Especialização “As Relações Internacionais da América Latina: desafios estratégicos e oportunidades de aprendizagem”, organizado pelo Instituto da Ibero-América e pela Associação Intercultural do Uruguai (AICU) na cidade de Salamanca, no qual participaram cerca de trinta estudantes e reconhecidos especialistas no estudo das relações internacionais de Espanha, Estados Unidos, Brasil e Argentina.
Iglesias assegurou durante a sua participação que o desemprego existente no mundo é um “mau companheiro” da paz cívica e defendeu que a Europa, o Japão e os Estados Unidos da América se devem erguer “para continuarem a transformar-se numa força dinâmica”.
Consciente dos movimentos sociais já existentes fruto da falta de trabalho, Iglesias considerou que o desemprego é um “mau companheiro” da paz cívica, ao mesmo tempo que considerou preocupante a “falta de inserção dos jovens na vida ativa”.
Expressou a sua confiança em que as democracias “saibam administrar os problemas” e afirmou que “a melhor solução” é começar a “criar trabalho”, ao mesmo tempo que lamentou o fato de, apesar “de haver indícios de que as coisas possam começar a mudar”, os tempos “alargam-se” e o desemprego e o desencanto “são muito fortes”.
Relativamente à nacionalização de empresas espanholas na América Latina, o secretário da SEGIB recordou que “sempre existiu”, mas é “necessário comparar estes casos com os milhares de empresas que estão a trabalhar”.
“A nacionalização é um direito que todos os governos têm, o que acontece é que é necessário fazê-la com as regras que estão marcadas nos contratos”, afirmou.
Sobre a situação que a Venezuela vive, Iglesias espera que o seu presidente, Hugo Chaves, que afirmou estar “muito doente”, recupere a sua saúde, e advertiu que a democracia “demonstra que está a funcionar e que, por isso, o país continua as práticas correntes”.
Também insistiu na “valorização” das moedas dos países ibero-americanos devido à “grande liquidez que existe no mundo”, uma circunstância que “se exceder certos limites gerará problemas à América Latina porque se está a exportar a crise para países que não a têm”.
Por fim, e apesar das dificuldades dos momentos atuais, o Secretário Geral Ibero-americano sublinhou que “o importante” é “ter consciência de que estamos a entrar num mundo novo “e que é necessário preparar-se para isso”.
Considerou que os jovens de hoje constituem “a geração mais formada da história da humanidade” e o que se trata é de “se informar e preparar para um mundo onde vai haver muita concorrência”.
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