Ibero-América celebra 25 anos de cooperação arquivística

Os arquivos são custódios da memória coletiva e ferramentas essenciais para o desenvolvimento cultural, social e democrático das nações ibero-americanas. Em seus 25 anos de vida, o Iberarquivos apoiou 1.431 projetos na Ibero-América, com um investimento total de cerca de 8 milhões de dólares.


O conhecimento, a história e a diversidade dos 22 países da comunidade ibero-americana se encontram nos documentos do IberArquivos, um programa que cumpre, agora, um quarto de século para o fomento do acesso, organização, descrição, conservação e difusão do patrimônio documental.

Com o propósito de contribuir à consolidação do Espaço Cultural Ibero-americano foi criado há 25 anos o IberArquivos, uma iniciativa de cooperação e integração dos países ibero-americanos articulada e ratificada pelas Cúpulas Ibero-americanas de Chefes de Estado e de Governo, para o fomento do acesso, organização, descrição, conservação e difusão do patrimônio documental.

O programa de Apoio ao Desenvolvimento dos Arquivos Ibero-americanos, que nasceu em 1998, incentiva laços de solidariedade e fortalece as capacidades dos profissionais e a promoção dos arquivos ibero-americanos de qualquer tipologia, desde os Arquivos Gerais da Nação aos Arquivos Municipais, passando por Arquivos de instituições de Direitos Humanos ou a outros de pequenas e remotas localidades, como podem ser a dos povos indígenas.
Especificamente, essa universalização do programa é o que destaca Silvestre Lacerda, Presidente do programa, como um de seus grandes valores: “O principal impacto positivo tem a ver com a possibilidade de ir mais além dos arquivos nacionais. Não só nos centramos nos arquivos gerais, senão que também apontamos a pequenos arquivos em pequenas comunidades, outras instituições universitárias, municipais ou privadas”.
Para seu funcionamento, esta iniciativa parte de um fundo financeiro que apoia projetos apresentados a convocatórias anuais de apoios a projetos arquivísticos. Entre a primeira convocatória de apoios de 1999 e a última aprovada em 2022, foram apoiados 1.431 projetos em 23 países, com um investimento total de quase 8 milhões de dólares.
A futuro, a Secretária Técnica do programa, Cristina Díaz, considera que é necessário pensar grande: “Temos de seguir impulsionando o desenvolvimento dos arquivos na Ibero-América. Por uma parte, há de se apoiar e ajudar o trabalho diário realizado pelas nossas e pelos nossos arquivistas, e ao mesmo tempo, há de se fomentar o acesso de toda a cidadania aos documentos que conservamos em nossas instituições patrimoniais”.
O programa considera de vital importância promover a preservação, gestão e acesso aos arquivos, reconhecendo seu papel crucial na construção de identidades, no fortalecimento da transparência e na salvaguarda dos direitos da cidadania. Ainda, advoga pelo fomento de políticas arquivísticas integradoras, pela cooperação entre instituições e pela sensibilização pública sobre o valor inestimável dos arquivos na salvaguarda na preservação da memória e construção do futuro.
Por sua parte, Enrique Vargas, Coordenador do Espaço Cultural Ibero-americano, realça a importância deste Programa de Cooperação Cultural no marco da SEGIB já que este esforço multilateral em matéria de arquivos soube inovar e incorporar, gradualmente, a melhor tecnologia para a preservação e difusão do patrimônio documental da Ibero-América. De igual maneira, ressalta toda a formação e o intercâmbio de experiências entre os profissionais da arquivística realizada nos últimos 25 anos.

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