Ibermedia no esplendor do documentário ibero-americano

Documentários como A vida louca do jornalista Christian Poveda, Allende meu avô Allende realizado por Marcia Tambutti, a neta do ex-presidente chileno ou 327 cadernos, que narra a vida do escritor Ricardo Piglia…

Documentários como A vida louca do jornalista Christian Poveda, Allende meu avô Allende realizado por Marcia Tambutti, a neta do ex-presidente chileno ou 327 cadernos, que narra a vida do escritor Ricardo Piglia, explicam o momento “de maior esplendor” que o gênero teve na Ibero-América.

A diretora do programa Ibermedia, Elena Villardel, celebra assim o fato do documentário, considerado até há pouco tempo como o irmão mais novo da ficção, goze de uma vida tão próspera na nossa região.

De acordo com Villardel, os documentários feitos na Ibero-América “atravessam fronteiras” entre este gênero e a ficção, abarcando além disso “todas as facetas, tanto temáticas como estéticas”.

O documentário ibero-americano é “facilmente identificável” pelos nossos “valores comuns”, desenvolvidos por realizadores “brilhantes”, que, nos últimos anos, estão a tratar “temas de uma atualidade muito imediata”, opina.

“Sublinhar a identidade não tem a ver com o passado, pode ser totalmente atual, os temas são diversos, existem documentários sobre música na Colômbia, bandas de rock e punk, todo o tipo de documentários no interior do país, que falam dessa música a partir do momento atual”, exemplifica.

Villardel recorda também que este gênero costuma estar associado com a corrente histórica mas que esta, apesar de ser a mais habitual, não é a única. Nessa linha, explica que existem temas muito atuais como o documentário costarriquenho Querido Camilo, que conta a história de um soldado costarriquenho do exército dos Estados 

Unidos que se negou a regressar da guerra do Iraque e foi julgado por um tribunal militar.

“São tema da atualidade mais imediata e contados a partir do ponto de vista do criador”, afirma Villardel, que assegura que “já passou a época do documentário como reportagem televisiva”, porque “cada vez existe mais o ponto de vista pessoal, com alguém que nos conta algo, com vontade de que haja uma voz”.

Assim, fica satisfeita com o fato de as escolas de cinema assegurarem a continuidade do êxito do gênero na região, promovendo “a criatividade que já existe” nos jovens realizadores, para que o documentário “continue a partir tudo”.

Programa em Apoio da Criação de um Espaço Audiovisual Ibero-americano (IBERMEDIA)

Ibermedia nasceu com o objetivo de estimular a coprodução de filmes para cinema e televisão, assim como a montagem inicial de projetos cinematográficos, e de dar formação de profissionais capazes de fazerem frente ao crescimento que a indústria audiovisual, altamente competitiva e num mercado global, conhecerá nos próximos anos.

Os países atualmente membros do programa são a Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador, Espanha, Guatemala, México, Panamá, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

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