Grynspan inaugura em Miami o I Encontro “Democracia e Cidadania”

A Secretária Geral Ibero-americana, Rebeca Grynspan, defendeu em Miami (EE UU) o desenvolvimento de instituições políticas sólidas e “lideranças mais transparentes e democráticas” na Ibero-América, para gera confiança cidadã na classe política.

A Secretária Geral Ibero-americana, Rebeca Grynspan, defendeu em Miami (EE UU) o desenvolvimento de instituições políticas sólidas e “lideranças mais transparentes e democráticas” na Ibero-América, para gera confiança cidadã na classe política.

No quadro do I Encontro “Democracia e Cidadania”, Grynspan interveio na inauguração da Escola de Alta Política e Bom Governo fundada pelo Miami Dade College (MDC) e pela Fundação José Ortega y Gasset-Gregorio Marañón, numa cerimónia em que interveio também a ex-ministra espanhola de Defesa Carme Chacón.

Ambas concordaram que na prosperidade dos países repousa, antes das suas riquezas naturais, a articulação de um “melhor governo”, a partir da “formação e qualidade” dos seus governantes, assim como na “força e qualidade das suas instituições” e o “pensamento crítico”.

A Secretária Geral Ibero-americana insistiu também especialmente no problema da desigualdade, depois de recordar que 50 milhões de cidadãos hispano-americanos escaparam à pobreza na última década e outros 80 milhões se juntaram à classe média na região.

Na opinião de Grynspan, apesar das estatísticas refletirem uma redução da desigualdade econômica e social na América Latina, esta região “continua a ser uma das mais desiguais do mundo”, com 37% da população “abaixo da linha de pobreza”, o que a torna “muito vulnerável e sem proteção social”.

Neste sentido, a desaceleração econômica que a América Latina vive nestes momentos, com um crescimento de 2% ou menor, é uma grave ameaça para este segmento da população, “que pode cair de novo na pobreza”.

Por isso, Rebeca Grynspan pediu aos governantes um maior envolvimento na luta contra a corrupção e “maior transparência” nas suas ações, ao mesmo tempo que se mostrou convencida que só com um “melhor governo” se pode recuperar a confiança dos cidadãos na classe política.

“Há que recuperar o Estado na América Latina, garantir o Estado de direito e o direito dos cidadãos”, com a melhoria das instituições públicas para que “saibam responder às exigências dos cidadãos”, assegurou na apresentação do referido projeto universitário que formará graduados da Ibero-América e Estados Unidos em liderança democrática e experiências de Governo.

A responsável da SEGIB mostrou-se também muito preocupada com a “insegurança cidadã” que assola a região, um fator que, disse, alimenta o medo. “E nada constrange mais a liberdade do que o medo”, apontou.

Para Chacón, que atualmente é Secretária de Relações Internacionais do Partido Socialista (PSOE) espanhol, o bem-estar e progresso das nações apela a um objetivo comum: a construção de nações “prósperas e seguras” que assegurem “democracias livres e justas”.

Nesse contexto, a Ibero-América necessita de lideranças mais transparentes e democráticas e sensíveis às exigências sociais”. “Necessitamos de melhor liderança” nas nossas populações, e sempre com a “democracia como valor”, reclamou Chacón na conferencia inaugural do encontro “Democracia e Cidadania”, que termina na sexta-feira.

Relativamente à desigualdade econômica, Chacón afirmou que se trata de uma “peste que corrompe as sociedades, ameaça a qualidade da democracia e atrasa o crescimento econômico”.

“A desigualdade econômica erode a confiança nas instituições” e, por extensão, a democracia, acrescentou a ex-ministra espanhola.

A Escola de Alta Política e Bom Governo do Miami Dade College, criada em colaboração com a Fundação Ortega-Marañón de Espanha, oferecerá um programa educativo destinado à formação de funcionários e líderes políticos na região.

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