Grynspan crê que Felipe VI manterá o compromisso do seu pai relativamente à Ibero-América

A Secretária Geral Ibero-americana, Rebeca Grynspan, não duvida de que o futuro Rei de Espanha, Felipe VI, que será proclamado na próxima semana, estará “tão envolvido quanto o seu pai”, Juan Carlos I, na construção do espaço ibero-americano.

A Secretária Geral Ibero-americana, Rebeca Grynspan, não duvida de que o futuro Rei de Espanha, Felipe VI, que será proclamado na próxima semana, estará “tão envolvido quanto o seu pai”, Juan Carlos I, na construção do espaço ibero-americano.

“Não tenho dúvida de que estará tão envolvido quanto o seu pai na construção do espaço ibero-americano”, afirmou Grynspan por ocasião da sua assistência, como observadora, à Cúpula do Grupo dos 77 (G77 e China) celebrada nos dias 14 e 15 de junho na cidade boliviana de Santa Cruz.

Para a Secretária Geral Ibero-americana, o futuro Rei Felipe VI “tem a preparação, o caráter, a liderança e o conhecimento da região que são necessários e a sensibilidade sobre uma região que é diversa, que é plural, onde existem diferentes sistemas econômicos, sociais e políticos”.

Sublinhou ainda, que, desde 1996 e, como herdeiro da Coroa espanhola, Felipe de Borbón assistiu a todas as tomadas de posse presidenciais da América Latina. Por isso, “conhece os atores” e entende uma região com a qual “esteve envolvido durante os últimos vinte anos”, afirmou Grynspan.

A responsável da Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB) recordou que a primeira viagem oficial do futuro monarca a um país latino-americano à margem das tomadas de posse foi ao México em 2004, e que será esse país que acolherá a primeira Cúpula Ibero-americana à qual acredita que Felipe VI assistirá, desta vez já como rei.

Será no próximo mês de dezembro na localidade mexicana de Veracruz que terá lugar a XXIV Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, que será a última de caráter anual, depois de se ter acordado transformar este encontro em bienal. Assim, a seguinte Cúpula após a de Veracruz, celebrar-se-á já em 2016.

Três meses após assumir a direção da SEGIB, Rebeca Grynspan mostrou-se convencida de que o seu mandato passa pela renovação destas reuniões, consideradas o principal fórum de mandatários ibero-americanos.

A Cúpula  Ibero-americana, manteve a alta funcionaria, deve mudar porque a América Latina está “muito diferente” da de 1991, quando começaram a celebrar-se estes encontros, e porque nas últimas duas décadas surgiram novos instrumentos de integração regional.

“Era uma região que acabava de sair da década perdida da América Latina. Hoje em dia temos uma região com muito mais progresso, muito mais estabilidade macroeconômica, de muito menor pobreza, que conseguiu combater a desigualdade e inovar em políticas sociais”, argumentou Grynspan.

Por esses motivos, acrescentou, a região pede hoje “uma maior horizontalidade” na relação entre os seus países e os da Península Ibérica.

Além disso, estes anos foram testemunha da criação de novos organismos de integração regional que não existiam quando, em 1991, a Cúpula Ibero-americana era a única instância que reunia todos os mandatários da América Latina, Espanha e Portugal.

“Hoje temos Unasur (União de Nações Sul-americanas), a Celac (Comunidade de Estados da América Latina e Caribe), e, portanto, temos de nos adaptar a um mapa de complementariedade com outras organizações”, insistiu.

Para Grynspan, essas razões são “algo para celebrar” pois significam avanços significativos para a região.

Considerou que os âmbitos ibero-americanos nos quais as cúpulas podem concentrar o seu esforço são “o espaço cultural, o conhecimento e a educação”, assim como o relançamento do espaço empresarial comum.

A cultura é “um espaço natural da Cúpula Ibero-americana” e além disso é uma área na qual não trabalham os outros organismos regionais “e que a mim me parece de enorme importância: uma coluna vertebral de articulação das culturas e das línguas da região”, sublinhou.

Juntamente com a cultura, o campo do conhecimento e da educação, amparados pela língua comum, são para a Secretária Geral Ibero-americana outro dos pontos sobre os quais as cúpulas devem apoiar o seu trabalho.

E, por último, “resgatar todo o campo empresarial” ibero-americano, potenciando um dinamismo já existente e um tecido construído cuja força pode ver-se na última Cúpula, no Panamá, onde se reuniram 300 empresários da região. EFE

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