Especialistas pedem a inclusão da emigração nas agendas políticas

No I Seminário Ibero-americano sobre Migração e Desenvolvimento, organizado pela SEGIB, CEPAL e OIM, reúnem-se durante os dias 16 e 17 de julho na capital espanhola especialistas nessa matéria de ambas as margens do Atlântico.
Na inauguração do seminário intervieram o Secretário Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias; o Secretário de Estado de Cooperação Internacional para a Ibero-América, Jesús Gracia Aldaz;…

No I Seminário Ibero-americano sobre Migração e Desenvolvimento, organizado pela SEGIB, CEPAL e OIM, reúnem-se durante os dias 16 e 17 de julho na capital espanhola especialistas nessa matéria de ambas as margens do Atlântico.

Na inauguração do seminário intervieram o Secretário Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias; o Secretário de Estado de  Cooperação Internacional para a Ibero-América, Jesús Gracia Aldaz; a Diretora Geral Adjunta da Organização Internacional para as Migrações OIM, Laura Thomson e o Diretor do Centro Latino-americano e Caribenho de Demografia CEPAL/CELADE, Dirk Jaspers.

Todos eles acordaram em destacar a importância da inclusão dos direitos dos emigrantes e a gestão deste fenômeno nas agendas dos governos.

Durante a sua intervenção, Dirk Jaspers assegurou que “a migração não nos traz só problemas mas também benefícios e há que os incluir nos assuntos internacionais”.

Por outro lado, Laura Thompson disse que existem 214 milhões de emigrantes internacionais no mundo, dos quais 50% são ativos economicamente, e assegurou que “é tal a quantidade de gente que influi na economia mundial”.

Explicou ainda que a migração favorece o desenvolvimento econômico e recordou que não existe nenhum mecanismo mundial que controle o fluxo de emigrantes para o dirigir para os Estados onde exista uma oferta laboral que possa absorver essa mão de obra.

Aludiu às dificuldades práticas de deslocar-se entre os países como um dos principais obstáculos para os migrantes, assim como a falta de acordos de reconhecimento de estudos ou profissões, e destacou como algo fundamental a re-compilação de dados estatísticos sobre migração em cada país para aproveitar os benefícios dos fluxos de pessoas que emigram.

Jesús Gracia Aldaz afirmou que a migração provoca a prova de oportunidades e que este fenômeno rejuvenesceu a sociedade espanhola como país receptor de emigrantes. Insistiu, ainda, no fato de que o retorno de emigrados aos seus países de origem por culpa da crise continua a ser menor que os que chegam e ficam em Espanha.

Por fim, Enrique V. Iglesias fez um apelo para que se ajude a criar um espaço ibero-americano onde as pessoas possam deslocar-se livremente, em referência ao encontro sobre migração e desenvolvimento do próximo outubro na sede da ONU em Nova Iorque.

A abertura do Seminário finalizou com a Conferência Magistral do Representante de Assuntos Migratórios da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Gustavo Mohar Betancourt, que trouxe dados sobre a migração entre o México e os E.U. destacando o fato de que as remessas de dinheiro enviadas pelos mexicanos que trabalham nos E.U. ascendem a 22.000 milhões de dólares anuais e que o México tem 55 consulados nos 50 estados do seu vizinho do norte.

Durante os dias em que decorre esta reunião, abordar-se-ão, entre outros, temas como a mobilidade laboral na Ibero-América; o papel que desempenham os sistemas de informação migratória; a importância do reconhecimento de habilitações, competências e títulos; os direitos humanos e a proteção para os trabalhadores migrantes, assim como a análise de experiências nacionais e regionais em matéria de migração.

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