O Espaço Ibero-americano como plataforma de inovação aberta

Em face à próxima Cimeira Ibero-americana em Andorra em 2020 cria-se um grupo de trabalho convocado pela SEGIB, CEOE e CEIB e conformado pelos responsáveis de inovação aberta em empresas multilatinas com trajetória na matéria.

Foto Familia_CEOE

O presidente da CEOE, Antonio Garamendi e a secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, clausuraram hoje na sede da CEOE a primeira reunião do grupo de Especialistas “O espaço ibero-americano como plataforma de Inovação aberta”. O grupo está conformado por representantes especializados em inovação de um destacado número de empresas, entre os que cabe destacar o vice presidente da Comissão de I+D+i da CEOE e ex diretor da CDTI, Francisco Marín. Inauguraram a jornada o secretario permanente da CEIB e diretor geral da CEOE Internacional, Narciso Casado; o assessor de Economia e Empresas da Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB), Pablo Adrián Hardy, e o assessor de P&mes e Empreendimento da SEGIB, Esteban Campero.

O presidente da CEOE, Antonio Garamendi, destacou o importante papel que desenvolve a CEIB com a SEGIB e que surgiu para dar resposta aos interesses empresariais na Região e para garantir a interlocução com os Governos na Ibero-América. Assinalou, além disso, que a Espanha tem uma grande responsabilidade e liderança no processo de impulsionar a inovação na Latino-América, já que é, sem dúvida, o país que mais interesse tem nesta região. Insistiu também na necessidade de desenvolver uma economia colaborativa, reduzir as travas administrativas e trabalhar com esforço e de forma continuada a formação em qualquer de suas manifestações.

Ainda, insistiu em que deve se incidir nos governos para que haja um mercado libre e aberto, onde as empresas se sintam em igualdade de oportunidades e fazendo frente a uma concorrência leal. Garamendi indicou que “as empresas estão para somar e que devem ser fixados objetivos próximos e que possam ser cumpridos”. Neste sentido, considerou que potenciando a inovação empresarial e o comércio intrarregional, potenciar-se-á a produtividade e competitividade de toda Ibero-América, fazendo de toda a região um lugar mais próspero e integrador.

Por sua parte, a secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, pôs em relevo que o setor privado é um dos principais eixos das Cúpulas Ibero-americanas de Chefes de Estado e de Governo e há que potenciá-lo. A secretária Grynspan fez também ressaltou na próxima Cimeira, que se celebrará em 2020 em Andorra e que terá como lema “Inovação para o desenvolvimento sustentável – Objetivo 2030”. Explicou que há de ser elaborada, para então, uma agenda que tenha sentido e seja coerente com o tema da inovação para alcançar resultados.

De fato, insistiu em que devem ser criados ecossistemas que permitam uma inovação mais aberta, e aproveitar as vantagens da zona, tendo em conta que a América Latina tem uma população jovem e numerosa que deve ser formada e pode contribuir com seu talento a desenvolver a inovação e a sustentabilidade. Assinalou que para realizar os objetivos propostos é fundamental melhorarem os recursos na região, tanto em infraestruturas, como em água ou telecomunicações. “A Ibero-América continua sendo uma grande oportunidade e há que apostar pela região”, sentenciou.

 

Sessão de abertura

O secretário permanente da CEIB, Narciso Casado destacou durante a sessão de abertura que a inovação, através das novas tecnologias, se converteu em um elemento estratégico e em um dos fatores de maior impulso para toda economia. Neste sentido, desde a CEIB e a CEOE se considera que devem se impulsionar os processos de inovação e digitalização em nossa sociedade, não só pelo impacto que têm sobre os modelos tradicionais de negócio e por sua capacidade de gerar novos hábitos de consumo na população, com a conseguinte aparição de novos modelos de negócio, senão porque redunda em um incremento da competitividade.

Casado informou que desde a CEOE são propostas diversas medidas para melhorar a situação no campo da inovação, tais como um pacto político pela I+D+i, a simplificação legislativa e administrativa, apoio à transferência de tecnologia, melhora do financiamento da I+D+i, formação e retenção do talento, propriedade industrial e intelectual, compra pública e inovadora, digitalização, fomento da cultura inovadora nas empresas e a inovação social. Ainda assim, assinalou que a CEOE, a CEIB e a SEGIB trabalham conjuntamente na organização de uma série de encontros focados a incorporar a necessidade de inovar o debate público. Entre eles, pôs em relevância o VIII Foro Empresarial de Inovação e Sustentabilidade, a 29 de maio na CEOE; o III Foro Ibero-americano da Mip&me nos dias 2 e 3 de julho, em Buenos Aires, e a própria Comissão de I+D+i da CEOE, que se reúne periodicamente na sede da Confederação Empresarial para tratar os temas específicos de interesse.

Os representantes da SEGIB, Pablo Adrián Hardy e Esteban Campero asseguraram que o fenômeno de inovação aberta é uma realidade na maioria dos países do espaço ibero-americano. Explicaram que um recente estudo identifica 155 casos de alianças de grandes companhias com mais de 3.000 startups latino-americanas para inovar de maneira conjunta gerando um duplo benefício para a trama produtiva. Por um lado, indicaram, a empresa se nutre da dinâmica empreendedora e da fluência de inovação e, por outro, as startups e a jovem empresa conseguem a possibilidade de adquirir escala e volume de negócio, que é uma das grandes barreiras para o ecossistema empreendedor ibero-americano. Destacaram que a Espanha e Portugal contam já com mais de cem casos de inovação aberta e não é monopólio das empresas tecnológicas e multinacionais, é um fenômeno que se estende a empresas nacionais de diferentes setores produtivos. “A inovação aberta é uma oportunidade para o espaço ibero-americano de ganhar em produtividade e encurtar a brecha tecnológica e de inovação de suas empresas”, concluíram.

 

Grupo de especialistas

Em face à próxima Cimeira Ibero-americana em Andorra em 2020, foi proposta a criação de um grupo de trabalho convocado pela SEGIB, CEOE e CEIB e conformado pelos responsáveis de inovação aberta em empresas multilatinas com trajetória na matéria. Os principais objetivos do grupo consistem em posicionar em agenda da política pública a transcendência das alianças de grandes empresas com startups para o desenvolvimento dos ecossistemas empreendedores, destacar a importância de interconetar as iniciativas de cada país a escala ibero-americana para otimizar o acesso ao talento e financiamento e identificar dificuldades, assim como propor  melhoras no projeto e implementação dos instrumentos de promoção dos governos da região.

O vice presidente da Comissão de I+D+i da CEOE e ex diretor da CDTI, Francisco Marín, destacou a importância de compatibilizar o conceito de “Open Inovation” com a revolução digital, dando prioridade em todo momento ao seguimento e implementação dos ODS em todos os países. Assinalou que há uma falta de objetivos comuns e são necessárias mais convergência e homogeneidade, especialmente entre as agências regionais. Marín insistiu em que é fundamental conseguir atrair talento e, para isso, a sensibilização da população é crucial. Por último, explicou que a inovação também se encontra dentro da empresa e, neste sentido, o empreendimento é fundamental para criar inovação interna.

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