Desigualdade na América Latina: acabaram-se os bons tempos?

A Secretária Geral Ibero-americana interveio, juntamente com o Presidente Ricardo Lagos e a professora Nora Lustig de Tulane University, no prestigioso fórum do Centro de Estudos para a América

A Secretária Geral Ibero-americana interveio, juntamente com o Presidente Ricardo Lagos e a professora Nora Lustig de Tulane University, no prestigioso fórum do Centro de Estudos para a América Latina e o Caribe da Universidade de Brown, para debater conjuntamente com um grupo de líderes e economistas especializados, no desafio da desigualdade da região.

Durante a sua intervenção no fórum “Declining Inequality in Latin America: Are the Good Times Over?”, a Secretária reconheceu os avanços da América Latina neste anos, destacando em primeiro lugar a democracia, dado que o grande impulso para a redistribuição econômica veio apenas depois da instauração da democracia na maior parte da região.

Também se referiu ao crescimento econômico que, juntamente com um setor público mais proativo, foram uma boa combinação que gerou mais e melhores oportunidades de emprego, apesar do referido crescimento não ter sido tão elevado desde 2008.

Além disso, insistiu na necessidade de ver as desigualdades também nos âmbitos de gênero, território e populações minoritárias, e destacou que a maior transferência inter-geracional de pobreza é gerada através da falta de qualidade educativa para os pobres pelo que reduzir a desigualdade de rendimentos requer melhorias na qualidade dos serviços de saúde e educação.

Pelo seu lado, o Presidente Lagos afirmou que “é fácil reduzir a pobreza, mas é extremamente difícil mudar a distribuição do rendimento”, argumentando que não é suficiente aumentar o PIB per capita, porque a distribuição dos rendimentos não vem só. Destacou ainda a necessidade de falar da distribuição do rendimento não só em termos sociais mas também em termos geográficos.

Nora Lustig sublinhou igualmente a importância de expandir o acesso à educação como fator mais relevante no momento de reduzir a inequidade e comentou que, apesar disso, a América Latina é a única região que teve um decrescimento da desigualdade, o que produziu também uma redução da pobreza.

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