A XX Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, que será celebrada nos dias 3 e 4 de Dezembro na cidade argentina de Mar del Plata, terá como eixo o plano educativo METAS 2021 no qual os países investirão cerca de 76.000 milhões de euros (mais do que 100.000 milhões de dólares) até 2021, sendo o Brasil e o México as nações que contribuem com uma percentagem maior.
O encontro ibero-americano prevê também a criação de um fundo solidário para a cooperação e a coesão educativa, com uma quantia inicial de 3.000 milhões de euros (cerca de 4.000 milhões de dólares) com o objectivo de ir aumentando ao longo dos anos.
O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, e o Secretário Geral da Organização de Estados Ibero-Americanos, Alvaro Marchesi, apresentaram no dia 23 de Novembro, numa conferência de imprensa em Madrid, os elementos centrais da Cúpula, com o título “Educação para a inclusão social”.
Enrique V. Iglesias assinalou que se trata da Cúpula “mais elaborada e preparada” entre as que foram até agora realizadas e que serão apresentadas as metas educativas que os países ibero-americanos irão abordar com um horizonte de dez anos; sublinhou que esta Cúpula teve uma elaboração excepcional devido ao trabalho conjunto da SEGIB e da OEI, com uma importante participação de dois grandes actores do tema na região.
“Metas educativas 2021: A educação que queremos para a geração dos bicentenários” é o título destes objectivos que se prolongarão até 2021, quando se concluem as comemorações das independências dos países da América Central e Peru.
Marchesi explicou que estão a trabalhar neste plano desde a conferência de ministros de Educação ibero-americanos celebrada em El Salvador em Maio de 2008, onde a ideia foi lançada.
O Secretário-Geral da Organização de Estados Ibero-Americanos manifestou que o projecto educativo tem onze metas com compromissos colectivos e de cada país. “É um projecto comum e diverso, mas cada país manifestou até onde quer chegar”, resumiu. Reforçar e ampliar a participação da sociedade na acção educativa, conseguir a igualdade e superar a discriminação, aumentar a oferta, universalizar a educação primária e a educação secundária básica, melhorar a qualidade, favorecer a ligação entre educação e emprego, fortalecer a docência e ampliar o espaço ibero-americano do conhecimento são algumas das metas.
O plano educativo terá um investimento dos países ibero-americanos de cerca de 76.000 milhões de euros (mais de 100.000 milhões de dólares) até 2021, “Cada país ajusta o seu orçamento em função das suas perspectivas de crescimento”, afirmou Marchesi.
A participação também é importante neste plano uma vez que se pretende alcançar um “amplo acordo político, social, empresarial e colectivo”, assim como a incorporação de programas de acção compartilhados entre os países ibero-americanos, acrescentou. O objectivo, salientou, é que os países mais ricos ajudem com os seus recursos os países mais pobres para que possam alcançar essas metas.
Para que o investimento possa aumentar, o objectivo é assinar convénios com o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID), o Banco Mundial e a Confederação Andina de Fomento (CAF), assim como com a Telefónica e outras empresas paraguaias-brasileiras e paraguaias-argentinas, entre outras.
Em relação ao horizonte de 2021, Marchesi referiu que a região continua a trabalhar para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e afirmou que espera que em 2015 se tenham alcançado cerca de 90 por cento, sobretudo no que diz respeito à alfabetização e à educação primária.
A América Latina enfrenta esta XX Cúpula num momento de crise económica mundial, uma situação que a região “contorna bem” e com “perspectivas importantes para dar um salto qualitativo”, assegurou Enrique V. Iglesias.
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