A iniciativa Mulheres Tecedoras de Vida nasce no ano de 2009 com um grupo de mulheres habitantes da vereda de Quiroga, próxima do município de Guapi (Cauca, Colômbia), que procuravam aumentar os seus rendimentos e contribuir para o sustento das suas casas.
Conscientes do dano que causavam os detritos plásticos que eram atirados ao mar e aos rios, começaram a recolhe-los para fabricar produtos artesanais para venda, feitos de fibras sintéticas recicladas e naturais.
A partir de 2012, o Ministério da Cultura da Colômbia liga-se à iniciativa com a finalidade de fortalecer este projeto de empreendorismo e fomentar a competitividade. Através do acompanhamento, formação e assessoria, procura-se que as mulheres otimizem o desenho dos seus produtos, criem as suas empresas e se gerem canais de comercialização.
Com o apoio do Ministério da Cultura, a Associação de Profissionais da Colômbia e outros operadores do projeto, as mulheres envolvidas no processo continuaram a reciclar plásticos e outros materiais que se encontram nas praias próximas à sua vereda, que serviam de matéria prima para fabricar carteiras, correias, chapéus, botões, entre outros, e deste modo esta iniciativa passado pouco tempo foi replicada em outras regiões do país com problemáticas sociais e ambientais semelhantes às encontradas em Guapi, Cauca.
Estas mulheres empreendedoras não só geram fontes de rendimentos para as suas casas, como também contribuem para preservar o seu patrimônio cultural e os saberes ancestrais que possuem. Por outro lado, além de melhorar os seus rendimentos, este trabalho é essencial na conservação do meio ambiente e também na proteção das tartarugas e outras espécies marinhas que geralmente ingerem estes resíduos.
Até à data, este projeto já beneficiou mais de 100 mulheres vulneráveis com escassez de recursos econômicos e/ou vítimas do conflito armado, que adquiriram conhecimentos práticos de forma gratuita em técnicas artesanais, tecelagem e desenho de produtos, assim como em planos de comercialização, operativos, administrativos e financeiros que lhes permitem consolidar-se como empresárias empreendedoras.
Graças aos bons resultados do projeto, no quadro do Programa Regional de Cooperação com a América Central, delegados do Ministério da Economia, Indústria e Comércio (MEIC) da Costa Rica visitaram a Colômbia para conhecer em primeira mão a iniciativa. Assim a Agência de Cooperação Internacional da Colômbia, APC-Colômbia, gerou este intercâmbio de conhecimento de boas práticas que fazem parte da oferta de cooperação do país como um primeiro passo para a consolidação de um projeto de Cooperação Sul-Sul com a Costa Rica.
Este intercâmbio de experiências procura contribuir para a implementação técnica do Programa Mulheres Empresariais do MEIC da Costa Rica, um projeto para a geração de empresas com enfoque de gênero.
Fonte: APC-Colômbia
Fortalecimento da Cooperação Horizontal SUL-SUL
Este programa de Cooperação ibero-americana tem entre os seus objetivos o de fortalecer e dinamizar a Cooperação Horizontal Sul-Sul Ibero-americana bem como contribuir para a qualidade e impacto das suas ações assim como a extensão de boas práticas associadas às mesmas. Os países que fazem atualmente parte do programa são: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana e Uruguai.
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