Colóquio internacional em Miami sobre o futuro do espanhol

O Colóquio “O futuro da língua espanhola” que teve lugar no dia 31 de maio em Miami, foi inaugurado pelo presidente da câmara de Miami, Tomás Regalado; presidente do Miami Dade College (MDC), Eduardo Padrón; a diretora da Feira do Livro e do Centro de Literatura…

O Colóquio “O futuro da língua espanhola” que teve lugar no dia 31 de maio em Miami, foi inaugurado pelo presidente da câmara de Miami, Tomás Regalado; presidente do Miami Dade College (MDC), Eduardo Padrón; a diretora da Feira do Livro e do Centro de Literatura e Teatro do MDC, Alina Interián, e a diretora de Cultura da Secretaria-Geral Ibero-Americana, Leonor Esguerra Portocarrero.

Eduardo Padrón referiu-se ao espanhol como a expressão de uma cultura funcional que também teve extraordinários resultados econômicos. “É um dos pilares da economia pelo multimilionário poder de aquisição dos hispânicos e todo o mercado que as suas indústrias abarca”.

Pelo seu lado, o presidente da Câmara  de Miami, Tomás Regalado, afirmou que “Miami é um exemplo de como a língua espanhola se abre na sociedade americana e compartilha como inglês”.

As sessões do colóquio prolongaram-se durante todo o dia de 31 de maio com a assistência de importantes figuras das letras, das artes e da diplomacia. O colóquio foi organizado pelo Miami Dade College com a colaboração da Divisão de Assuntos Culturais da Secretaria-Geral Ibero-Americana.

Dando enquadramento a este encontro, apresentou-se também a exposição fotográfica “Expressão Ibero-Americana da Solidão à Solidariedade”, que estará patente durante todo o mês de junho dentro e fora da Torre da Liberdade.

De acordo com os dados do último censo de 2010, nos Estados Unidos registra-se um acelerado crescimento da língua espanhola, particularmente na Flórida, onde vivem 4.2 milhões de hispânicos, 22% da população, o que reflete na última década um aumento de 60% da população hispânica em todo o estado.

Investigar sobre os possíveis cenários de desenvolvimento da língua espanhola nos Estados Unidos e no Mundo, assim como os seus impactos sociológicos e econômico, tem plena justificação com estes números. O espanhol é a segunda língua mais falada do mundo e 55 milhões dos falantes de espanhol vivem nos Estados Unidos, o país com maior número de habitantes que falam espanhol a seguir ao México.

A SEGIB deu o seu apoio para criar um espaço de reflexão e debate, com vocação de continuidade. Tanto é assim que o MDC anunciou que o colóquio se repetirá ano após anos, na última quinta-feira de maio.

Durante a sua intervenção, a diretora da Divisão de Assuntos Culturais da SEGIB, Leonor Esguerra, falou sobre a comunidade de valores e o acervo de uma região que compartilha as duas línguas francas adotadas como oficiais pela Conferência Ibero-Americana. Referiu-se à Carta Cultural Ibero-Americana, assim como à construção do Espaço Cultural Ibero-Americano. Além disso, explicou o sistema de cooperação, especialmente sobre os programas na área cultural e a participação da SEGIB em estudos e colóquios especializados tais como o Valor Econômico do Espanhol (Fundação Telefónica), ou o dos Três Espaços Linguísticos (espanhol, francês e português). Referiu-se também às conversações realizadas entre o secretário-geral ibero-americano, Enrique V. Iglesias, com o Instituto Cervantes para levar à Cimeira de Cádiz um programa sobre a difusão e ensino do espanhol especialmente no Brasil e nos Estados Unidos.

A representante da SEGIB moderou o seminário “O Futuro do espanhol em relação com as políticas públicas”, no qual participaram especialistas do Paraguai, México, Espanha e El Salvador. As mesas de deliberação sobre o espanhol na diplomacia mereceram também especial atenção do público.

Sobre a mostra de exposição Esguerra sublinhou que “as fotografias são produto do trabalho coletivo de dezenas de fotógrafos; falam com alegria das nossas gentes e dos seus hábitos quotidianos. O olhar da exposição é muito agradável, e o seu nome, “Da solidão à solidariedade” surge do texto que a acompanha, escrito pelo ex vice-presidente da Colômbia e hoje embaixador em Habana, Gustavo Bell. Isto é o que se procura no nosso espaço ibero-americano: a cooperação através da ação” .

Esta mostra vem do Festival Cervantino de Guanajuato e, depois de estar em Miami, viajará para Cádiz onde permanecerá durante três meses, até à XXII Cimeira Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo. Esguerra agradeceu o apoio de Arturo Morell que tornou possível que a mostra chegasse ao MDC.

O colóquio encerrou com uma magnífica conferência sobre “O futuro da língua espanhola no mundo”, proferida por Humberto López Morales, secretário-geral da Associação de Academias da Língua espanhola.

 

 

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