Chanceleres da Ibero-América apostam pela ação multilateral às portas da Cúpula Ibero-americana

A Ibero-América coloca em destaque o multilateralismo e a cooperação para responder aos grandes desafios compartilhados. Videomensagens dos/das titulares de Relações Exteriores de Portugal, Argentina, Andorra, Costa Rica, Guatemala, Cuba, Equador, Paraguai e Peru na contagem regressiva para a XXVIII Cúpula Ibero-americana

Às portas da XXVIII Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, os máximos responsáveis da diplomacia da Portugal, Argentina, Andorra, Costa Rica, Guatemala, Cuba, Equador, Paraguai e Peru expressam, através de videomensagens, o seu compromisso com a ação multilateral em um momento complexo para a região e ante desafios compartilhados que serão debatidos desde propostas concretas que foram decididas em consenso ao longo de dois anos de preparação prévia.

“A Cúpula será uma oportunidade para que possamos discutir as prioridades da nossa região e fortalecer os vínculos entre os países que integramos este espaço, assim como a vontade de união perante os desafios a enfrentar, afirma o Ministro de Relações Exteriores e Comércio Internacional da Argentina, Santiago Cafiero.

“Nossos povos nos demandam que pensemos em conjunto para avançar na transformação digital, a segurança alimentar, a recuperação econômica e a luta contra a mudança climática.”

Por sua parte, a ministra de Assuntos Exteriores de Andorra, Maria Ubach Font, considera que os quatro acordos que serão adotados na próxima Cúpula “têm uma importância extrema”, mas coloca especial atenção no documento sobre segurança alimentar, já que é um dos elementos cruciais para o desenvolvimento sustentável.

Para alcançar uma segurança alimentar resiliente e sustentável, Ubach propõe impulsionar a inovação, uma educação nutricional accessível e dar oportunidades às mulheres e aos grupos vulneráveis. “A Ibero-América pode ser o primeiro passo para uma mudança mundial”, afirma.

“A Ibero-América pode ser o primeiro passo para uma mudança mundial no que se refere à segurança alimentar.”

Os/as titulares de Relações Exteriores coincidem no valor estratégico da Comunidade Ibero-americana como espaço propício para fortalecer a cooperação regional, o intercâmbio de experiências, o desenvolvimento de capacidades e, em definitiva, o multilateralismo como meio para encontrar soluções comuns, sem esquecer a particularidade de cada país.

Neste sentido, o ministro de Relações Exteriores e Culto da Costa Rica, Arnoldo André Tinoco chama a expressar esta ação coletiva mediante a “cocriação de ideias e soluções” que levem a construir essa “Ibero-América justa e sustentável” que a XXVIII Cúpula Ibero-americana propõe.

“É momento de nos sobrepormos aos múltiplos desafios que nos são propostos, porque a Ibero-América é cooperação, diálogo, trabalho em equipe e resiliência”, sublinha.

“É momento de nos sobrepormos a esta realidade complexa e aos múltiplos desafios que nos são propostos”.

Desde a Guatemala, seu chanceler Mario Búcaro Flores chama a “transformar em ações de unidade” o multilateralismo como caminho para alcançar um “desenvolvimento sustentável que chegue a tod@s”. Búcaro Flores destaca que seu país considera muito valiosa a Comunidade Ibero-americana, como um espaço de diálogo, concertação e cooperação.

“Devemos nos preparar para o futuro e consolidar esta grande região ibero-americana como sócios confiáveis para trabalhar juntos”.

Por sua parte, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, destaca os instrumentos sobre meio ambiente, segurança alimentar, direitos digitais e arquitetura financeira que serão apresentados na Cimeira, ao mesmo tempo em que afirma o seu compromisso com a Iniciativa de Cidadania Global que integra a Cooperação ibero-Americana e com o bilinguismo como uma expressão da identidade desta Comunidade diversa e inclusiva.

“A Ibero-América é um espaço estratégico com cerca de 600 milhões de pessoas, unidas por laços de mais de 500 anos de história que convergem em uma singular comunidade de reflexão, concertação e aproximação…”

Da mesma forma, o Ministro das Relações Exteriores e Mobilidade Humana do Equador, Juan Carlos Holguín, cujo país assumirá a presidência pro-tempore da Conferência Ibero-Americana ao final da XXVIII Cúpula Ibero-Americana, destaca os desafios compartilhados pelos países ibero-americanos, mas também o potencial da região em inovação, inclusão e sustentabilidade.

“Vamos aproveitar tudo o que nos une como Ibero-América e o que nos permite nos reinventar continuamente”

Na contagem regressiva para a Cúpula Ibero-Americana, o Chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez, destacou o momento decisivo em que se realiza este encontro presidencial em “um mundo marcado por múltiplas crises”: climática, energética, alimentar, econômica e financeira “que afetam a todos nós.”

“Não podemos nos conformar. Temos que nos unir para alcançar uma ordem internacional mais justa, democrática e equitativa.”

Por sua vez, o Ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Julio César Arriola, destacou que o seu país tem “grandes expectativas quanto aos acordos que serão alcançados” na Cúpula Ibero-Americana, que, segundo ele, “é uma excelente oportunidade demonstrar a vigência do multilateralismo.”

“O Paraguai continuará apoiando, com seus melhores esforços, o fortalecimento deste importante espaço de encontro e de debate para implementar projetos sobre questões-chave (…)”

Por sua vez, a Ministra das Relações Exteriores do Peru, Ana Cecilia Gervasi, destaca que o seu país chega com “grande expectativa e convicção” de que a próxima Cúpula será um espaço para “concertar e pactar aspectos de grande importância para nossos países”. Nesse sentido, valoriza os instrumentos que serão apresentados aos Chefes e Chefas de Estado nas áreas de meio ambiente, segurança alimentar e direitos digitais. Da mesma forma, destaca a importância para o seu país do Convênio Marco para a Circulação do Talento e dos acordos relativos à migração que foram assumidos a nível ibero-americano.

“Hoje enfrentamos importantes desafios globais que devemos abordar de forma conjunta e coordenada para construir, a partir da nossa diversidade, um futuro comum de bem-estar para os nossos povos (…)”

A XXVIII Cúpula Ibero-americana, a se realizar nos próximos dias 24 e 25 de março em Santo Domingo representa um ponto de inflexão para fortalecer a Comunidade Ibero-americana através de propostas concretas que tomam forma através da Carta Meio ambiental Ibero-americana e da Carta de Princípios e Direitos Digitais , assim como de uma Estratégia Regional de Segurança Alimentar e uma proposta de arquitetura financeira que aspira melhorar as condições de financiamento internacional para escorar a recuperação econômica da região.

Estes quatro documentos, que são o resultado de um trabalho preparatório com equipes técnicas de governos ibero-americanos com aportes da sociedade civil, organismos internacionais e especialistas em cada uma das áreas, se convertem em propostas de ação que serão debatidas pelas e pelos Chefes de Estado a 24 e 25 de março.

Estes acordos contribuirão a “reafirmar nosso compromisso com a região e afiançar a Comunidade Ibero-americana”, destaca o Secretário-Geral Ibero-americano, Andrés Allamand nesta videomensagem que explica cada um dos entregáveis da XXVIII Cúpula Ibero-americana.

 

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