A Secretaria-Geral Ibero-Americana, o Banco Inter-americano de Desenvolvimento (BID) e o Governo espanhol anunciaram no dia 3 de dezembro um fundo de 50 milhões de euros para financiar as pequenas e médias empresas no Haiti como parte da reconstrução do país.
O anúncio foi realizado no âmbito da XX Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, que se celebra na localidade argentina de Mar del Plata, pela Secretária de Estado da Cooperação de Espanha, Soraya Rodríguez, e os titulares da SEGIB, Enrique V. Iglesias e do BID, Luis Alberto Moreno.
Rodríguez destacou que o fundo ajudará a recuperar “o tecido económico e empresarial” da nação caribenha, “sem o qual – afirmou – não é possível acreditar numa verdadeira reconstrução do país”, e, o mais importante, envolverá a população do Haiti.
“Se queremos que a reconstrução seja viável, efetiva e que não fracasse, temos de a fazer com os haitianos”, afirmou numa conferência de imprensa.
Pelo seu lado, o colombiano Moreno sublinhou a importância de “passar das palavras à ação” com uma iniciativa que se preocupe com o “desenvolvimento do sector privado no Haiti e as imensas consequências que têm no emprego”.
Explicou que o objetivo é que o fundo alcance 200 milhões de dólares e aclarou que a distribuição dos créditos se fará em colaboração com as entidades financeiras locais para relançar este sector em vez de o substituir.
Além disso, o BID fará um seguimento dos projetos iniciados pelas pequenas e médias empresas, que movem mais de 80 por cento da economia nacional do Haiti.
Pelo seu lado, Iglesias, hispano-uruguaio, recordou que o “Haiti é um problema de todos os países” e saudou “a coragem, a valentia e a decisão” da cooperação espanhola em “momentos difíceis para a angariação de recursos”.
Rodríguez e Moreno referiram-se às críticas realizadas esta sexta-feira pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, aos apoiantes internacionais por supostamente não terem reunido mais do que 20% do seu pedido do mês passado para recolher fundos no valor de 164 milhões de dólares para este país.
A Secretária de Estado de Cooperação afirmou que Espanha contribuiu com 100% relativamente aos compromissos realizados para enfrentar a emergência que vive o país caribenho, devastado por um terramoto em janeiro de 2009 e atualmente afetado por uma epidemia de cólera que já causou mais de 1.800 mortes.
Advertiu também que as contribuições globais para a reconstrução fixados na última conferência de apoiantes de Nova Iorque serão entregues de forma progressiva durante quatro anos.
Fazê-lo de forma imediata e sem contar com projetos concretos para onde destinar o dinheiro é “uma grande irresponsabilidade”, disse Rodríguez, ao salientar também que estão à espera que se defina a situação do país após as eleições para implementar novos projetos.
Moreno recordou que o BID contribuiu já com 180 milhões de dólares da ajuda prometida e mencionou como exemplo um projeto de água e saneamento implementado com a cooperação espanhola.
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