Andrés Allamand destaca o labor da SEGIB para fazer frente a desafios das Universidades na Ibero-América

O Secretário-Geral Ibero-americano, Andrés Allamand, participou nesta quinta-feira da 56ª Junta Diretiva de Reitores CINDA (Centro Interuniversitário de Desenvolvimento), onde destacou o “labor ininterrupto” do CINDA nos últimos 50 anos e valorizou o “alto impacto” que seus aportes tiveram em matérias relevantes como a internacionalização da educação superior, a inovação curricular, o asseguramento da qualidade, a gestão diretiva e a inclusão.

O Secretário-Geral Ibero-americano, Andrés Allamand, participou da 56° Junta Diretiva de Reitores do Centro Interuniversitário de Desenvolvimento (CINDA), na Universidade de Málaga, Espanha.

Em tal marco ditou a Conferência intitulada “A Universidade Contemporânea na Ibero-América e a Secretaria-Geral Ibero-americana”. Durante sua intervenção, o SGI destacou os seis principais desafios enfrentados pelas universidades da região:

  • Universalização. A região superou o umbral de 50% de acesso à educação superior, o que permitiu que, hoje, dois terços dos estudantes universitários sejam a primeira geração de suas famílias que acede à universidade. Isto gera coortes mais heterogêneas, o que requer uma maior capacidade de atenção personalizada e um maior número de professores. No entanto, o rateio professor-aluno experimentou uma marcada diminuição durante a última década.
  • Manter e melhorar a qualidade da educação brindada, apesar de, nem os recursos materiais nem os humanos tenham crescido, ao par que o número de alunos, é outro dos desafios enfrentados pelas instituições da região.
  • Formação. Duas perguntas resumem os desafios nesta matéria: Estão sendo formados os profissionais que os países necessitam? A formação que esses profissionais estão recebendo é a idônea e pertinente?
  • Espera-se que as universidades desempenhem um papel estratégico em nossas sociedades e economias, similar ao desempenhado em países mais desenvolvidos. No entanto, os recursos destinados a estas instituições se encontram muito por baixo da média dos países da OCDE.
  • Digitalização. Este fenômeno teve um enorme impacto na educação superior, no entanto, a maioria das universidades da região carecem de uma estratégia específica que oriente seus processos de transformação digital.
  • Inteligência Artificial. O explosivo desenvolvimento desta tecnologia faz imperiosa a necessidade de contar com uma regulação que resguarde os direitos das pessoas e que assegure que, em seu desenvolvimento, serão corrigidos os vieses (de gênero, econômico, raciais) que hoje são muito mais frequentes do que o desejável. As universidades devem ter um papel muito ativo no desenvolvimento destas normativas.

O Secretário-Geral se referiu também ao trabalho que a SEGIB está liderando para resolver alguns dos problemas da educação superior na região:

  • Avançar no reconhecimento de títulos e períodos de estudo. O problema radica na complexidade, burocracia e demora associada a estes processos, e em sua base se encontra a falta de confiança entre universidades, autoridades de educação e agências credenciadoras. Para avançar nesta matéria, a SEGIB esta impulsionando a criação do sistema Ibero-americano da Qualidade da Educação (SIACES).
  • Incentivar a mobilidade acadêmica e do talento. Os estudantes da América Latina apresentam taxas de mobilidade muito por baixo da média mundial, e os índices de deslocamentos dentro da região são particularmente baixos. Para dar volta estas cifras a Comunidade Ibero-americana conta com o, recentemente aprovado, “Convênio Marco para o Impulsionamento da Circulação do Talento no Espaço ibero-americano” e com a iniciativa “Campus Ibero-América”, que se encontra em pleno processo de atualização.
  • Promover a transformação digital. Após a aprovação da “Estratégia Ibero-americana para a Transformação Digital da Educação Superior” na Cúpula de Santo Domingo (2023), os esforços da Comunidade se centram na capacitação do professorado em competências digitais, no desenvolvimento da cooperação acadêmica virtual e no estudo da maturidade digital das instituições e sistemas de educação superior.
  • Melhorar a cooperação em formação doutoral e pós-doutoral. Os esforços nesta área apontam para o aumento do número de doutores que a região necessita, e para procurar que se encontrem distribuídos nas áreas de conhecimento que são críticas para o desenvolvimento da região.
  • Impulsionar o desenvolvimento da ciência e inovação. Mais de 90% do conhecimento científico gerado na região provém das universidades. As “missões de inovação” estabelecidas na “Estratégia Ibero-americana de Inovação” são o mecanismos através do qual a Cooperação Ibero-americana está impulsionando e orientando essa atividade para que entregue soluções tecnológicas inovadoras a alguns dos desafios que a região enfrenta.

Ao concluir sua apresentação, o Secretário Allamand refletiu sobre a importância de as Universidades se comprometerem na formulação de Projetos Nacionais que transcendam as divisões políticas e conjunturais e que permitam assentar as bases das sociedades às quais a região aspira.

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