Afro-descendentes: A América Latina pode ser pioneira em conseguir a igualdade racial

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, exortou os países da América Latina a serem pioneiros em conseguir a igualdade de direitos da população negra para dar o exemplo ao mundo.
“A América Latina tem de ser pioneira em criar uma sociedade muito mais igualitária. Devemos criar…

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, exortou os países da América Latina a serem pioneiros em conseguir a igualdade de direitos da população negra para dar o exemplo ao mundo.

“A América Latina tem de ser pioneira em criar uma sociedade muito mais igualitária. Devemos criar na nossa sociedade a consciência de ser um exemplo para o mundo”, disse Iglesias na abertura do Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afro-descendentes, na cidade brasileira de Salvador (Baía).

Iglesias salientou que a igualdade racial é uma “tarefa horizontal” que implica a equiparação de direitos e de oportunidades, o acesso à educação, aos cargos públicos e à cultura.

Iglesias afirmou que a mestiçagem é o “maior ativo” da América Latina e destacou as contribuições da comunidade negra para a economia, cultura e valores da sociedade da região.

Elogiou o “imenso esforço” realizado pelos negros, desde “os anos dramáticos e tristes” da escravatura até à atual luta pelo reconhecimento dos seus direitos.

“A luta pela igualdade é grande, não termina com grandes declarações, é uma luta permanente porque o racismo e a discriminação permanecem no mundo”, manteve Iglesias.

O Secretário-Geral Ibero-americano alertou que a crise internacional contribuiu para o renascer do racismo na Europa e reiterou que “o mundo não pode retroceder”.

Iglesias celebrou também o fato de o encontro ter lugar em Salvador, que qualificou de “cidade paradigmática do encontro de África com a América”, por ser o principal porto brasileiro de desembarque de escravos e ser hoje “a capital latino-americana da cultura negra”.

Na mesma cerimônia, o coordenador residente das Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek, afirmou que na América Latina trata-se “de forma quase banal” a desigualdade secular que afeta os negros, que são entre 20 e 30 por cento da população do continente.

O representante da ONU assinalou que as mulheres sofrem uma maior discriminação e enfrentam taxas mais elevadas de desemprego, informalidade, analfabetismo e mortalidade no parto.                                                                      A ministra da Igualdade Racial do Brasil, Luiza Bairros, destacou os avanços conseguidos dez anos após a Declaração de Durban contra o racismo e a xenofobia. (Fonte: EFE)

Mais informação: www.afroxxi.org e www.funag.gov.br/afro21

Discurso de apertura do Secretário Geral Ibero-Americano

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