A União Europeia estreitará os laços de cooperação e econômicos com a América Latina

Bruxelas, 28 de maio: Durante o Seminário de Alto Nível: “A União Europeia e a América Latina: desafios e oportunidades comuns” no qual participou a Secretária Geral Ibero-americana, Rebeca Grynspan

Bruxelas, 28 de maio: Durante o Seminário de Alto Nível: “A União Europeia e a América Latina: desafios e oportunidades comuns” no qual participou a Secretária Geral Ibero-americana, Rebeca Grynspan, manifestou-se o desejo da União Europeia de estreitar os laços de cooperação e econômicos com a América Latina, durante a próxima cúpula que se celebrará com a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), nos próximos dias 10 e 11 de junho em Bruxelas.

“Até agora, lamentavelmente, subestimou-se o potencial desta associação, pelo que não foi plenamente aproveitada”, afirmou hoje o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, ao inaugurar o seminário sobre as relações com a América Latina.

Schulz assegurou que a Europa e a América Latina são “aliados naturais” que partilham “valores e interesses comuns”, pelo que se mostrou confiante em que nesta cúpula “sejamos capazes de adquirir mais consciência do grande potencial da nossa associação e também conseguir avanços em questões concretas”.

Por outro lado, a Secretária Geral Ibero-americana, Rebeca Grynspan, destacou que, em média, “pela primeira vez a classe média é mais numerosa do que a classe pobre” nos países latino-americanos, o que significa uma “mudança dramática” relativamente aos anos noventa, apesar de “o fosso de desigualdade continuar a ser um problema”. Nesta intervenção, assegurou que a América Latina deve olhar mais a Europa relativamente a como “distribuir o Estado” entre a população, apesar de ter apostado na Ásia para obter infraestrutura ou alimentos.

Por sua vez, o diretor da sede sub-regional da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) no México, Hugo Beteta, referiu que, “apesar da irrupção da China” na região, a UE “continua a ser o segundo mercado mais importante para as exportações latino-americanas”. “O efeito da China na relação com a UE não foi tão evidente, creio que afetou mais a relação com os Estados Unidos”, apontou.

“Existe interesse em aumentar os números dos fluxos de investimento, a América Latina destaca-se como uma das regiões onde existe maior presença de investimentos europeus, o que dá confiança a longo prazo”, salientou por outro lado o diretor geral para a América do Serviço Europeu de Ação Exterior, Christian Leffler.

O chefe de Relações Comerciais com a América Latina da Direção Geral de Comércio da Comissão Europeia, Matthias Jorgensen, afirmou que “não somos os únicos no cenário” latino-americano”, e que enquanto que os Estados Unidos “sempre foram muito ativos” na zona, a China “entrou com força”. O alto funcionário assegurou que a cúpula da UE se vai centrar em “melhorar as relações com todos estes países de forma equitativa”, e no “desafio de aplicar o que foi acordado com estes países”. Referiu-se à aplicação “a 100%” dos acordos de associação com a América Central (Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Guatemala e El Salvador), de livre comércio em vigor com a Colômbia e com o Peru, implementar o que foi negociado com o Equador, atualizar os atuais tratados com o México e com o Chile e avançar na negociação com quatro países do Mercosur (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai).

Schulz exprimiu também a sua “preocupação” pelo fim da paragem de fogo unilateral das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e pela situação econômica e política na Venezuela, e mostrou “esperança” no processo de modernização e democratização de Cuba.

O embaixador da Colômbia em Bruxelas, Rodrigo Rivera, assegurou que as vítimas são “o centro de gravidade” da negociação de paz empreendida pelo Governo colombiano com a guerrilha, e que os últimos atos de violência das FARC suscitaram a rejeição generalizada da população.

O seminário abordou também diversos temas centrais para a região tais como acordos comerciais e a nova etapa das relações com Cuba.

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