A Ibero-América procura novas formas de cooperação para o desenvolvimento

O Seminário “A renovação da Cooperação Ibero-americana”, inaugurado no dia 15 de outubro na sede da Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB), em Madrid, e organizado pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), analisa durante dois dias o papel da Ibero-América na busca de novas formas de cooperação para o desenvolvimento que se ajustem…

O Seminário “A renovação da Cooperação Ibero-americana”, inaugurado no dia 15 de outubro na sede da Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB), em Madrid, e organizado pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), analisa durante dois dias o papel da Ibero-América na busca de novas formas de cooperação para o desenvolvimento que se ajustem ao crescente papel dos países latino-americanos como cooperantes e não só como receptores.

O secretário-geral ibero-americano, Enrique V. Iglesias, destacou nas suas palavras de abertura do encontro como nos últimos anos os países da América Latina desenvolveram programas próprios que conseguiram reduções dos índices de pobreza e também promoveram ativamente a cooperação “sul-sul”.

“Acredito que de certa maneira, hoje, os nossos países estão empenhados, sobretudo os países latino-americanos, numa grande campanha de transformação estrutural. Nessa transformação estrutural a cooperação para o desenvolvimento qualitativamente muda as prioridades que dominaram no passado”, referiu Iglesias.

“Hoje preocupa-nos a formação de recursos humanos, a transferência de tecnologia, a investigação conjunta. Quer dizer, tudo aquilo que permite fazer frente aos grandes desafios que a economia nestes países em transformação têm”, acrescentou.

Pelo seu lado, o secretário de Estado espanhol de Cooperação Internacional e para a Ibero-América, Jesús Gracia Aldaz, assinalou que em momentos em que a crise econômica afeta fortemente os países desenvolvidos, deve-se pensar em como suprir a falta de recursos e também procurar outras formas de transferência, como a de conhecimentos e experiências.

“Há que abrir um debate sobre que tipo de ajuda é necessária neste momento, que tipo de cooperação e instrumentos são os mais adequados e como fazer que estes países de rendimentos médios – onde se encontram a maioria dos países da América Latina – se graduem”, referiu Gracia.

“Como ajudá-los a dar esse passo definitivo, como dar esse último empurrão para conseguir que sejam também parceiros para o desenvolvimento, não só conosco, mas também com outros países”, acrescentou.

Por fim, o assessor da Agência Mexicana de Cooperação, Bruno Figueroa, destacou a importância da cooperação entre os países latino-americanos e que nos últimos anos países da região como o Peru, Uruguai, Colômbia e México criaram as suas próprias agências de cooperação para o desenvolvimento.

“Relativamente à nossa região, a mudança principal é a emergência plena da América Latina como doadora. Hoje em dia são muitas as nações latino-americanas que se localizam como cooperantes duais, receptoras e ofertantes de cooperação e que se estão a dotar de estruturas institucionais e de políticas de estado” destacou Figueroa.

Veja todos os assuntos