A cooperação reforça laços entre a América Latina e a Europa

A secretária geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, participou na segunda-feira, 16 de fevereiro, na apresentação do “Ano Europeu do Desenvolvimento” por parte da Alta Representante da UE…

A secretária geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, participou na segunda-feira, 16 de fevereiro, na apresentação do “Ano Europeu do Desenvolvimento” por parte da Alta Representante da UE para Assuntos Exteriores e Política de Segurança, Federica Mogherini, que esteve acompanhada pelo ministro espanhol de Assuntos Exteriores e Cooperação, José Manuel García Margallo.

A cerimônia teve lugar na Casa da América de Madrid, com a presença do seu diretor, Tomás Poveda, durante a celebração do primeiro Fórum Rede de Casas, e contou além disso com a presença de representantes da Casa Árabe, a Casa de África e a Casa de Ásia em Espanha.

Na sua intervenção, Rebeca Grynspan recordou que a comunidade ibero-americana, que alberga 22 países, constitui um espaço comum, apesar de diverso e plural. Por isso, o espaço ibero-americano e o processo euro-latino-americano e caribenho são correntes convergentes, espaços de cooperação e entendimento que partilham um olhar comum e esperançado sobre o mundo complexo em que vivemos.

“O nosso desejo é também complementarmo-nos com tudo aquilo que se desenvolve no âmbito da Cooperação entre a União Europeia e a CELAC. Não podemos estar à margem disso, simplesmente porque todos os membros da Conferência Ibero-americana fazem também parte desse importantíssimo sistema de intercâmbio e integração. Acontece o mesmo com todas aquelas redes de cooperação que tenham a ver com a nossa própria identidade como organismo ibero-americano”, referiu Grynspan.

Dentro dos temas mensais do Ano Europeu do Desenvolvimento 2015, o tema de fevereiro é a educação e a educação é o melhor investimento possível contra a exclusão, a desigualdade e a pobreza, disse a Secretária Geral Ibero-americana, mencionando que na Cúpula de Veracruz, a comunidade ibero-americana lançou no âmbito do Espaço Ibero-americano do Conhecimento a “Aliança para a Mobilidade Acadêmica”, de adesão voluntária e com a participação de todos os atores, que permita promover a mobilidade de estudantes, professores e investigadores. Apostando assim na educação como motor do futuro, e como ferramenta fundamental para um crescimento econômico inclusivo.

A cooperação ibero-americana, com mais de trinta programas ativos, construiu nestes anos um modelo inovador e um terreno de alianças diversas que é um exemplo para toda a comunidade internacional perante os novos desafios.

Neste quadro de colaborações, destacou também o Relatório da Cooperação Sul-Sul na  Ibero-América, que já conta com sete edições. O Relatório, único na sua categoria, recolhe as iniciativas da Cooperação Sul-Sul e Triangular que se realizam na Ibero-América, levando a região a tornar-se uma referência internacional na matéria. Além disso, significa um apoio para os países da região na altura de incluir nos debates sobre a Agenda pós-2015, esta modalidade de cooperação como uma ferramenta para alcançar o desenvolvimento.

A Alta Representante da UE para Assuntos Exteriores e Política de Segurança, Federica Mogherini destacou o seu emprenho em reforçar os lanços com a América Latina.

Mogherini expôs os objetivos que fixou para o seu mandato explicando que lançou um “processo de reflexão estratégica para guiar a nossa política exterior e de segurança” e prognosticou que 2015 é o “início da idade global” pelo que é necessário “desenhar regras de governabilidade global para ajudar-nos a manter o nosso planeta para que todos possam usufruir dele”.

Relativamente à América Latina, a alta representante da UE manifestou que “temos de trabalhar juntos mais do que nunca” e recordou que foi a cúpula da CELAC na Costa Rica “para assegurar-me que os meus cinco anos de mandato são a oportunidade para lançar uma autêntica e profunda amizade e associação entre a UE e a América Latina”.

Mogherini sublinhou que em todos os conflitos que têm lugar no mundo da cooperação ocupa um “elemento central”. Por isso, aproveitou para recordar que a UE baseia a sua política de cooperação em três eixos: direitos humanos, igualdade e segurança.

Neste sentido, reivindicou o “empoderamento da mulher” como uma forma de estabelecer e de concretizar o desenvolvimento sustentável.

Por outro lado, Margallo celebrou o fato de Espanha ser um dos países mais “solidários do mundo”. Para ilustrar a sua ideia deu como exemplo que mais de 138.000 soldados espanhóis participaram em missões de paz e que em todos os países do mundo existe um cooperante espanhol.

Além disso, Margallo afirmou que em 2016 far-se-á a revisão dos Objetivos do Milênio no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o que servirá a Espanha para defender a partir da sua condição de membro não permanente que estes se fundamentem nos seguintes eixos: pobreza, desigualdade, direitos humanos, sustentabilidade e política de gênero.

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