A América Latina quer uma relação mais simétrica e horizontal com a Europa

Na passada terça-feira, dia 27 de outubro, realizou-se em Paris a III Conferência CAF-Sicences Po, à qual assistiu a secretária geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, para debater sobre os novos desafios das…

Na passada terça-feira, dia 27 de outubro, realizou-se em Paris a III Conferência CAF-Sicences Po, à qual assistiu a secretária geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, para debater sobre os novos desafios das relações inter-regionais entre a América Latina e a Europa.

Durante a sua intervenção, a Secretária afirmou que a América Latina “quer uma relação mais simétrica e horizontal com a Europa e com o resto do mundo”, e insistiu em que a formação e o intercâmbio de estudantes deve estar no centro da cooperação entre ambas as regiões, fazendo ênfase na necessidade de conseguir “um intercâmbio quantitativamente muito maior” nesse terreno.

Na sua opinião, devem-se aproveitar os esforços que a região fez para formar mais jovens e não se devem defraudar as suas expetativas, e considerou que o dinheiro que nos últimos anos os países latino-americanos dedicaram à educação ou à saúde “foi um investimento, não um gasto”, e, além disso, constitui “um ponto forte para o futuro”.

O desafio – acrescentou – é que “se o desaproveitarmos será um problema” porque os jovens que estão mais formados (cerca de 70% dos universitários são os primeiros que chegaram a esse nível educativo nas suas famílias) têm mais expetativas e não se conformam com o que outras gerações tinham.

Além disso, recordou que a Aliança para a mobilidade acadêmica ibero-americana, promovida na Cúpula Ibero-americana de Veracruz do passado ano, pretende criar 200.000 mobilidades de estudantes, professores, acadêmicos e bolseiros em estágios em empresas até 2020.

Por outro lado, o secretário de Estado espanhol de Cooperação e para a Ibero-América, Jesús Gracia, deu conta dos avanços na relação bilateral na cúpula de Bruxelas do passado mês de junho entre a União Europeia (UE) e a CELAC (América Latina e Caribe) como essa “plataforma universitária” e referiu-se ao final da obrigação de vistos para os cidadãos da Colômbia e do Peru que entram em países da UE e de que existe um procedimento em marcha para conseguir o mesmo com os equatorianos.

Destacou ainda como boa notícia dos últimos meses o fato de “o processo de paz na Colômbia ser irreversível” e que a União Europeia o irá apoiar.

Na mesa redonda intervieram também o ex-ministro peruano Allan Wagner, o ex-ministro de Assuntos Exteriores colombiano Guillermo Fernández de Soto e o ex-primeiro ministro italiano Enrico Letta. 

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