A América Latina impulsiona a superação da crise global

O XI Fórum de Biarritz, organizado pela CMEAL, foi celebrado nos dias 4 e 5 de Novembro e contou com a presença do Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias. A CMEAL é uma organização sem fins lucrativos fundada em 1998 cujo objectivo é criar uma ponte…

O XI Fórum de Biarritz, organizado pela CMEAL, foi celebrado nos dias 4 e 5 de Novembro e contou com a presença do Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias. A CMEAL é uma organização sem fins lucrativos fundada em 1998 cujo objectivo é criar uma ponte entre a Europa e a América Latina.

A América Latina apresenta-se neste XI Fórum de Biarritz como impulsionadora da superação da crise económica e financeira global, um estatuto que constitui uma grande oportunidade para o sub-continente.

A “maturidade” das relações entre a América Latina e Caribe com a União Europeia (UE) e os acordos alcançados entre ambas as regiões na cúpula de Madrid, celebrada em Junho passado, foram outros pontos destacados na inauguração deste fórum de reflexão, que se celebra na cidade de Biarritz (sul de França) e em que participam personalidades de ambas as regiões.

Após afirmar que a crise financeira que o mundo vive “é uma das mais violentas e profundas”, o Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, sustentou que “a América Latina não é parte do problema, mas sim parte da solução”, ao referir-se à “capacidade de reacção que demonstrou” a região, cuja economia crescerá cerca de 6% durante este ano.

A construção de uma nova ordem económica e financeira a nível mundial, a necessidade de uma maior regulação e as expectativas criadas pela próxima cúpula do G20, que será celebrada nos dias 11 e 12 deste mês em Seul, foram outros dos focos do debate deste primeiro dia do Fórum.

O presidente do Senado espanhol, Javier Rojo, sublinhou a maturidade da relação entre a UE e a América Latina que, segundo afirmou, conta com “algumas das economias emergentes com maiores capacidades” e que está a “resistir ao embate da crise”.

Pelo seu lado, o ex Secretário Geral da Unesco, Federico Mayor Zaragoza, declarou que “há que colocar no seu lugar o grande poder económico, que está em poucas mãos”, como acontece com o “poder mediático”.

“Estamos a viver momentos sem precedentes e necessitamos de soluções sem precedentes”, disse Mayor Zaragoza, que também instigou os países a agir contra a alteração climática porque “o tempo do silêncio terminou”, e propôs um “grande pacto a nível mundial para que o Planeta não se continue a degradar”.

Em representação da Corporação Andina de Fomento, CAF, Germán Jaramillo, sublinhou que a América Latina “apresenta-se hoje como o continente das possibilidades” e “realidades” ao referir-se ao progresso alcançado pela região nos últimos anos que lhe permite ter uma “visão compartilhada com a Europa” e estar à mesma altura, contrariamente à posição de inferioridade do passado.

A subsecretária de Assuntos Exteriores do México, Lourdes Aranda Bezaury, afirmou que enquanto a “China e os Estados Unidos se consolidam como as duas potências mundiais”, outros pólos de poder devem actuar, entre eles a América Latina e a UE.

A ex Comissária Europeia Benita Ferrero-Waldner destacou a importância do reinício das negociações entre a UE e Mercosur mas considerou “demasiado optimistas” as perspectivas de se alcançar um acordo para o final do ano.

Ferrero-Waldner e o Secretário de Estado francês para os Assuntos Europeus, Pierre Lelouche, sublinharam ambos a necessidade de se abordar o problema do tráfico de droga nas relações entre a UE e a América Latina.

Lelouche referiu-se à “ameaça transversal” relacionada com o tráfico de droga, desde a Colômbia ao Afeganistão, e ao facto de que para o combater é necessário uma política comum.

O tráfico de droga entre a Europa e a América Latina atinge cerca de 150 toneladas, avaliadas em cerca de 11.000 milhões de dólares, disse Lelouche, que por outro lado sublinhou o interesse da França em continuar a reforçar as relações com a

América Latina.

O senador francês e presidente da Câmara de Biarritz, Didier Borotra, proferiu algumas palavras em memória do falecido ex Presidente argentino, Néstor Kirchner, que tencionava participar neste Fórum

 

 

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