A América Latina de hoje está mais preparada do que nunca para enfrentar os desafios que possam surgir

A América Latina progrediu significativamente nos últimos 20 anos e está mais preparada do que nunca para enfrentar os maus momentos, ressaltou a secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, na III Conferência CAF-LSE “Governança global numa era de incerteza”.

CAFLSE

No último 15 de janeiro teve lugar em Londres a III Conferência CAF-LSE “Governança global numa era de incerteza”, com o objetivo de contribuir para a compreensão do aparecimento do sul global, centrando-se nos agentes internacionais fundamentais da Ásia, África e América Latina e nas suas perspetivas sobre o tema.

Assim, destacados especialistas internacionais analisaram as diferentes mudanças na ordem mundial a partir do ponto de vista da transferência de poder para o sul.

Para Enrique García, presidente da CAF “a América Latina não está na mesma situação em que se encontrava nos anos 70 ou 80” na medida em que já “ensinamentos macroeconómicos muito significativos já foram aprendidos”.

Por sua vez, a secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, enfatizou o importante papel da mulher face às alterações dos últimos anos na região: “É um grave erro não incluir nas análises o papel da mulher como um indicador de mudança”.

Grysnpan destacou também o papel da imprensa anglo-saxónica por apresentar a região com dados pessimistas, pedindo uma mudança de narrativa ao abordar a realidade econômica, já que a região tem passado por um “grande progresso nos últimos 20 anos” e “está mais preparada do que nunca para enfrentar desafios”. Além disso, “há falta de informação de qualidade sobre a América Latina e o que acontece na região. “Mais do que grandes títulos, precisamos de especialistas em assuntos da região”, referiu.

Finalmente, tratou a questão das identidades inclusivas, apelando para “uma reflexão muito profunda a esse respeito” em que, para conseguir uma integração real na região “não se trata de deixar de ser nós mesmos, mas sim de entender que podemos ser os mesmos incluindo outros”.

Entre os painelistas estavam o anterior secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, do diretor da Global South Unit da LSE, Chris Alden, do diretor da London School of Economics, Craig Calhoun, do diretor da CAF para a Europa, Guillermo Fernández de Soto, do diretor do Banco Brasileiro para o Desenvolvimento, João Carlos Ferraz, e do ex-secretário executivo da CEPAL, José Luis Machinea.

 

 

 

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