O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias e a Secretária de Estado da Espanha para Ibero-América, Trinidad Jiménez, fizeram um balanço da XVII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo celebrada em Santiago do Chile.
Durante uma apresentação que teve lugar na Escola Diplomática de Madri o passado 15 de novembro, os dois funcionários coincidiram em afirmar que a XVII Cúpula Ibero-Americana foi o encontro de altos mandatários à que mais resultados concretos se chegaram ao longo da história das Cúpulas.
O evento foi apresentado pela Diretora da Fundação Carolina, Rosa Conde, quem destacou a especial importância da XVII Cúpula pelo debate que gerou nas sociedades ibero-americanas arredor da coesão social e pelos acordos atingidos.
A Cúpula “da melhor colheita”
Em sua exposição, o Secretário-Geral Ibero-Americano sublinhou a importância do consenso atingido na Declaração de Santiago, com a coesão social como tema fundamental, tendo em conta que atualmente existe na região “mais de uma visão com respeito a como atingir o desenvolvimento econômico e social”.
“Para mim é um fato muito importante como parte desta Comunidade de países que convive com as diferenças, mas que são capazes de chegar a acordos gerais sobre como abordar estes temas”, adicionou.
Enrique V. Iglesias ressaltou, além dos acordos concretos, a importante participação de Chefes de Estado e de Governo (dos 24 Chefes de Estado e de Governo foram 20); e a impecável organização da reunião por parte da Secretária Pró Témpore exercida pelo Chile e da sua Presidenta, Michele Bachellet.
Sobre os acordos concretos que se aprovaram na Declaração de Santiago, Iglesias destacou o Convênio Ibero-Americano de Segurança Social, com o qual poderão beneficiar-se mais de cinco milhões de imigrantes ibero-americanos e que permitirá que os trabalhadores da área ibero-americana possam somar no momento da sua aposentadoria todas as cotações efetuadas durante a sua vida trabalhista ainda que esta tenha decorrido em diferentes países da região.
Também valorizou como lucros concretos da Cúpula a criação do Fundo da Água Potável e do Fundo para a Proteção de Infância; as Bolsas de Estudo Pablo Neruda; a criação de um dispositivo permanente para a prevenção e atendimento de desastres naturais; e a criação de uma comissão ibero-americana para comemorar os Bicentenários das independências latino-americanas.
Iglesias sublinhou o fato de que se aprovasse em Chile a abordagem de assuntos como a violência, a segurança vial, as questões de gênero; bem como dar-lhe continuidade temas como as migrações (tema central da XVI Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo) e o de troca de dívida por educação.
Em outros âmbitos, o Secretário Geral Ibero-Americano valorizou o impulso dado à Carta Ibero-Americana de Governo Eletrônico, a posta em marcha de IBERMUSEOS e a criação de uma orquestra juvenil e infantil ibero-americana.
Nesse sentido, Enrique V. Iglesias afirmou que o ambiente da Cúpula foi do “mais construtivo”. “Houve discrepâncias, mas houve também um consenso unânime, e isso foi importantíssimo na história das Cúpulas”, adicionou.
XVII Cúpula: “o espaço regional mais importante da Ibero-América”
Por sua vez, Trinidad Jiménez destacou que a XVII Cúpula Ibero-Americana foi “uma das Cúpulas mais importantes e relevantes” e, ressaltou a importância deste tipo de encontros. “As Cúpulas Ibero-Americanas se foram consolidando muito bem”, “são o espaço regional mais importante em Ibero-América”, disse.
Jiménez afirmou que a Cúpula não é um ato pontual, senão é “todo um ano de trabalho” e nesse sentido felicitou o trabalho realizado pela SEGIB e pelo Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias.
A funcionaria sublinhou o fato de que nas Cúpulas “existam iniciativas concretas”, destacando, entre elas, a elaboração de um estudo para criar um Fundo de Coesão Ibero-Americano.
“Nele se lança a idéia de pensar na Comunidade Ibero-Americana de Nações, não só como um espaço de acordo político, senão como um espaço de integração”, assinalou.
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