Acontece no Chile a XVII Conferência Ibero-Americana de Ministros da Educação, que reúne aos representantes de 22 países e que este ano dedica especial atenção à importância da alfabetização e a preservação e difusão da identidade dos povos indígenas.
A Ministra da Educação do Chile, Yasna Provoste Campillay, inaugurou o encontro, onde, ademais, estiveram presentes onze ministros da Educação, vice-ministros e delegados dos 22 países que integram a Conferência Ibero-Americana, o Secretário- Geral da Organização dos Estados Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), Álvaro Marchesi, o Secretário-Executivo da Cúpula, Javier Luis Egaña e a Diretora dos Assuntos Sociais da Secretaria- Geral Ibero-Americana (SEGIB), Ángeles Yáñez-Barnuevo, entre outros.
O eixo temático da reunião, preâmbulo da XVII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo que se realizará no Chile em novembro próximo, é a coesão social e políticas educativas inclusivas na Ibero-América.
Yasna Provoste ressaltou a importância da reunião, já que, desde o seu ponto de vista, “resulta insustentável que os países da nossa comunidade, como conjunto ou média, tenhamos os piores indicadores de desigualdade no cenário mundial”.
Para mudar este cenário, Provoste destacou a importância de converter “a educação num instrumento efetivo e prioritário da coesão social”.
O secretário-geral da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), por outro lado, também um dos encarregados da inauguração da reunião, assegurou que "o acerto fundamental desta conferência é o tema eleito e a sua maneira de enfocá-lo", porque a coesão social "é um dos objetivos fundamentais das políticas públicas dos nossos países”.
Temática do evento
Dividido em painéis de trabalho, as delegações se concentraram no debate e discussão de diferentes matérias de importância para os sistemas de ensino na Ibero-América.
Entre os temas tratados, destacam o Plano Ibero-Americano de Alfabetização; redes de portais educativos; fortalecimento da educação na Ibero-América; cooperação orientada ao desenvolvimento e metas do milênio; preservação e difusão da identidade e cultura dos povos indígenas; financiamento da educação; e troca de dívida externa por investimento social.
Plano Ibero-Americano da Alfabetização
Um dos pontos marcantes que se tratarão no encontro ministerial é o Plano Ibero-Americano da Alfabetização, destinado a erradicar nos próximos 8 anos o analfabetismo na região, "uma das maiores máculas da nossa sociedade", segundo Marchesi.
"É muito difícil avançar na coesão social quando cerca de 34 milhões de ibero-americanos ainda não têm a possibilidade de ler e escrever", afirmou o máximo responsável da OEI.
Identidade e Cultura Indígena
A preservação e difusão da identidade e cultura dos povos indígenas é outro dos temas centrais da conferência, sobre o que Provoste destacou que deve tomar como exemplo a alguns países ibero-americanos que já conseguiram avanços para "cumprir a interculturalidade no sistema educativo".
"Durante este encontro podemos divulgar e adotar aqueles avanços que têm outros países como o Peru e a Bolívia, em matéria de preservação e de difusão dos patrimônios culturais, inclusive em matéria educativa", adicionou a Ministra chilena.
A responsável da Educação assegurou que se deve trabalhar duramente para que "não só se incorporem no sistema às pessoas pertencentes às diferentes etnias, senão também para conseguir que todo o sistema educativo reconheça e valorize a interculturalidade".
Provoste adicionou que a reunião ministerial também tem "o mandato de deliberar sobre o Espaço Ibero-Americano do Conhecimento, como grande instrumento de intercâmbio e cooperação" e também abordar "a rede de portais educativos".
Os resultados do encontro internacional de ministros no que participam delegações de Andorra, Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Paraguai, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela se recolherão na Declaração de Valparaíso, a qual será assinada por todos os ministros participantes na Conferência.
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