O objetivo do evento: projetar os cuidados como uma prioridade estratégica na agenda de financiamento para o desenvolvimento como política social e como investimento transformador, com impactos diretos no emprego, na formalização laboral, na saúde, na educação, na igualdade de gênero e na sustentabilidade econômica. O local: um evento paralelo realizado no marco da XVI Reunião da Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe.
Nesse contexto, promoveu-se um intercâmbio para dar visibilidade ao papel atual da cooperação internacional — incluindo a cooperação ibero-americana e a descentralizada —, identificar prioridades e estratégias emergentes e explorar mecanismos inovadores que fortaleçam os sistemas integrais de cuidado. O debate celebrou a Opinião Consultiva 31 da Corte Interamericana de Direitos Humanos como um marco que consolida o reconhecimento do cuidado como direito humano autônomo, com três dimensões — ser cuidado, cuidar e autocuidado —, e que estabelece a obrigação dos Estados de garanti-lo por meio de marcos normativos e políticas adequadas. O propósito: identificar sinergias, compartilhar aprendizados e fortalecer uma visão comum sobre o papel da cooperação internacional na manutenção e expansão dos sistemas integrais de cuidado na região.
Em perspectiva regional, houve consenso em consolidar uma agenda compartilhada que articule níveis de governo e atores de cooperação — bilateral, multilateral e descentralizada —, e que combine instrumentos tradicionais com mecanismos inovadores, ancorados em uma governança multinível e respaldados por dados e indicadores comuns. Nesse contexto, o Pacto Birregional ALC-UE se apresenta como uma oportunidade para compromissos concretos e um roteiro regional.
“A cooperação internacional se comprova como motor de arranque e sustento para alianças estáveis, fortalecimento de capacidades e espaço para mobilizar um financiamento sustentável que desenvolva melhores políticas públicas de cuidados. Com o financiamento no centro do debate — e diante de eventuais retrocessos —, é necessária uma articulação mais robusta entre países, governos locais, organizações sociais, academia e agências. Nesse sentido, organismos como a SEGIB são determinantes para traduzir esse impulso em resultados mensuráveis na vida cotidiana das pessoas”, apontou a secretária de Cooperação Ibero-americana, Lorena Larios, presente na reunião.
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