A primeira jornada da Cúpula Ibero-Americana de Santiago do Chile se iniciou com sessão plenária dos Chefes de Estado e de Governo. A presidenta do Chile, Michelle Bachelet foi a encarregada de dar início às discussões com uma aposta por instalar “a coesão social no centro das nossas políticas”.
Bachelet afirmou que espera que a Cúpula de Santiago sirva para “consolidar os temas sociais como um novo pilar nos processos de cooperação e integração”, que permita “um novo ponto de convergência para trabalhar juntos na Ibero-América”.
“A ausência de políticas que promovam de maneira efetiva a coesão social” debilita nos cidadãos e cidadãs “os sentimentos de solidariedade, pertence e identidade social”, e cria, ademais, um verdadeiro “desencanto com a democracia e a política”, afirmou.
O principal desafio da XVII Cúpula Ibero-Americana, disse, é “iniciar uma discussão ampla e profunda” com o objetivo de dar passos “importantes e concretos para a renovação de um pacto social que ajude a poder enfrentar melhor todos estes temas”.
Além, convidou aos países ibero-americanos a integrar-se no Fundo de Desenvolvimento para a Infância proposto pelo Chile que, segundo a Mandatária, permitirá “o intercâmbio de experiências e a promoção de iniciativas concretas que estimulem ao máximo as capacidades das nossas crianças”. Depois do seu discurso, a plenária se abriu à intervenção dos diferentes mandatários participantes na Cúpula.
Contra a especulação de recursos
Por sua vez, o Presidente de Honduras, Manuel Zelaya, instou aos países ibero-americanos a "levantar a voz" contra a "alta especulação" de recursos tão importantes como os energéticos que existe no mercado internacional.
"Se deve corregir" essa especulação, disse Zelaya na sua intervenção na sessão plenária, e adicionou que "o livre comércio se converte em excludente se esquece-se da parte dos direitos humanos", destacou o presidente hondurenho, quem também sublonhou que "os direitos humanos dos emigrantes devem ser considerados dentro dos acordos comerciais".
Prevenção e atendimento de desastres
A secretária de Relações Exteriores do México, Patricia Espinosa, agradeceu durante a primeira sessão, o apoio ibero-americano à proposta mexicana para a criação de um mecanismo de prevenção e atendimento os desastres naturais.
Espinosa, que representa na Cúpula ao presidente Felipe Calderón, explicou a situação que enfrentam os estados mexicanos de Tabasco e Chiapas, açoitados pela tormenta Noel e que qualificou de "emergência sem precedentes", e leu uma mensagem de agradecimento enviado por Calderón.
Entre os documentos que assinarão os mandatários na cúpula, um se referirá à criação de um mecanismo permanente de ajuda aos países da comunidade afetados por desastres naturais. Nesse texto, além, se expressará a solidariedade ibero-americana com México, Cuba, Haiti, Nicarágua e República Dominicana, afetados recentemente pelo furacão Félix e a tormenta Noel, bem como com o Peru, pelo terremoto de agosto passado.
Eliminar o trabalho infantil
Por outro lado, o vice-presidente dominicano, Rafael Albuquerque, instou aos países da Ibero-América a desenhar políticas para erradicar "o trabalho infantil que envergonha" e que atenta contra a coesão social da região.
Albuquerque, que representa na Cúpula ao chefe de Estado Leonel Fernández, aproveitou seu discurso na primeira sessão plenária para expressar o "profundo agradecimento" do seu país a todas as nações que enviaram algum tipo de ajuda à República Dominicana.
Sobre a coesão social, assunto central desta Cúpula, considerou que para consegui-la "é necessário um amplo pacto social", no que participem todos os setores e que "permita corrigir as clamorosas desigualdades e eliminar de uma vez e para sempre o trabalho infantil que nos envergonha".
Despedida de Berger
Em sua intervenção na primeira sessão de trabalho da Cúpula, o presidente da Guatemala, Oscar Berger, destacou a transparência do processo eleitoral celebrado recentemente no seu país e a participação sem "obstáculos" do povo guatemalteco nas eleições.
Berger aproveitou para apresentar ao presidente eleito, Álvaro Colom, e ressaltou que ambos não quiseram perder um minuto e tiveram "uma aproximação para facilitar a sua tarefa de empreender uma luta frontal contra a pobreza e a violência".
"Guatemala estará muito dignamente representada", destacou o Presidente guatemalteco e adicionou que a mensagem da coesão social, está no coração do próximo presidente do país.
Também agradeceu a todos os mandatários e fez uma menção especial para o Rei da Espanha e para os seus colegas de América Central, Colômbia e México.
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