A participação e as políticas públicas para os povos indígenas são objeto de debate num seminário que se celebra na sede da Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB), em Madri (Espanha).
No seminário, inaugurado pelo Secretário-Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias, intervêm, entre outros, o presidente do Fundo Indígena, Leandro Yax Zelada (da Guatemala), a presidenta da Fundação Colosio, Beatriz Paredes (do México), e o subdiretor geral de cooperação com países da América do Sul da AECI, Rafael Soriano.
Durante um encontro com jornalistas na SEGIB, Leandro Yax Zelada e Beatriz Paredes, destacaram a importância que este encontro tem para a comunidade indígena, como foro de discussão e intercâmbio de idéias e experiências, tanto dos povos indígenas, como dos especialistas não indígenas.
Zelada manifestou que o Fundo Indígena considera que a proposta de criação deste seminário realizada pela SEGIB é uma mostra do conhecimento que esta instituição tem sobre os problemas aos que se enfrenta a comunidade indígena. Neste sentido, advertiu, que há que ter cuidado à hora de usar o termo “problema indígena”, e enfatizou, “os indígenas não somos um problema, somos uma realidade.”
Na sua opinião, a iniciativa da SEGIB, na que também participou o Fundo Indígena na sua preparação é “muito inovadora, conseqüente e solidária com os povos indígenas”. “É um evento muito importante, porque justamente se está falando das políticas públicas e, nesse sentido, os indígenas estamos interessados e necessitados, porque quando se formulem as políticas públicas pelos governos dos Estados, é preciso que tenha, desde a sua estruturação uma participação plena [dos indígenas], que tenha um processo de formulação que respeite a multiculturalidade dos países onde se estruturam”, adicionou o presidente do Fundo Indígena.
Zelada explicou que o Fundo Indígena concebe as políticas públicas como “a participação dos Estados na gestão pública” e por isso deve existir uma participação de todos os setores envolvidos na sua formulação. Por isso, adicionou, os povos indígenas não devem ser sujeitos da política pública, senão que devem fazer parte da sua organização.
Por sua vez, Beatriz Paredes se referiu à situação dos indígenas no México, onde, explicou, trata-se de uma realidade complexa, “porque há uma discriminação encoberta”.
A SEGIB organizou este debate junto com o Fundo Indígena, a Fundação Colosio e a AECI para avançar na luta contra a exclusão e a pobreza na que vivem os povos indígenas da América Latina, prioridade assinalada na última Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo (Montevidéu, novembro de 2006).
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