No evento, que culminará no dia 29 de abril, participaram também altos funcionários de governos de vários países, organismos internacionais, acadêmicos e representantes de organizações da sociedade civil, reunidos no Palácio San Martín, sede da Chancelaria argentina.

Durante o evento, Iglesias destacou o apoio do espaço ibero-americano ao projeto de diálogo e convivência que é a Aliança de Civilizações, iniciativa lançada pelo Presidente do Governo Espanhol e pelo Ministro da Turquia em 2005.

Enrique V. Iglesias, destacou que “não devemos desanimar-nos quando fica mais forte a intolerância; mais bem, longe da escuridão intelectual e do autoritarismo político, nos orientamos a novas formas de entendimento e convivência”.

“Os valores deste seminário são, em boa parte, os que inspiram a construção do espaço ibero-americano”, agregou. Do mesmo modo, recordou que a última Cúpula Ibero-Americana, celebrada em Santiago do Chile, estabeleceu que o Consenso de Quito sobre o papel da mulher no desenvolvimento “constituirá a Agenda Ibero-Americana de Igualdade” e também decidiu “incorporar, de maneira transversal, a dimensão de igualdade de gênero nas políticas públicas de coesão social”.

Igualmente, a Cúpula Ibero-Americana decidiu institucionalizar a reunião anual de Ministras Responsáveis destes temas e criar um Observatório de Igualdade de Gênero.

“A mulher é agente ativo dos processos de socialização, de educação, de desenvolvimento econômico e de avanco social, e merece todo nosso apoio”, afirmou.

O Secretário-Geral Ibero-Americano destacou, assim mesmo, a cooperação com o Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança de Civilizações, “para contribuir na correção de percepções negativas que exploram os extremistas dos mais diversos âmbitos em todas as sociedades”.

A Presidente Cristina Fernández de Kichner, por sua parte, reafirmou o apoio da Argentina à iniciativa do Presidente do Governo Espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero de promover o diálogo e a aliança de civilizações, em oposição ao conceito de choque de civilizações.

A mandatária sustentou que as mulheres enfrentam diversas formas de discriminação que se traduzem em cifras “realmente escandalosas”, por exemplo que o 70% da população não escolarizada do mundo são meninas; dois terços dos analfabetos são mulheres; e três quintos das pessoas mais pobres são mulheres e meninas.

Moratinos destacou que o tema da aliança de civilizações é um pilar que fica por incorporar no marco institucional das Nações Unidas, e que o diálogo cultural deve ser essencial nesta iniciativa.