Representantes de 154 países participaram na sede da Organização das Nações Unidas em Nova York (Estados Unidos) numa reunião de alto nível sobre a mudança climática, na qual se comprometeram a atingir acordos e aplicar políticas para lutar contra o aquecimento global.
A reunião, na qual participaram 80 chefes de Estado e de Governo assim como a Secretaría-Geral Ibero-Americana (como observadora), foi convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, quem assegurou que “o mundo entra numa nova era” no debate sobre a mudança climática, já que “existe um grande compromisso político para conseguí-lo”.
O encontro de Nova York do passado 24 de setembro, prévio à abertura do 62º período de sessões da Assembléia-Geral da ONU, serviu para preparar a Conferência sobre a Mudança Climática da ONU que terá lugar em Bali (Indonésia) o próximo mês de dezembro.
O máximo objetivo deste encontro será um novo acordo que substitua ao Protocolo de Kyoto (PDF) quando este expire em 2012.
Conclusões
Depois da conferência, o Secretário-Geral da ONU assinalou que “não há dúvida de que o clima do planeta está mudando”, e é devido à atividade humana.
Ante isto, Ban afirmou que é importante “aumentar a assistência aos países que mais sofrem os efeitos do aumento da temperatura da Terra” e insistiu aos representantes dos países serem mais ativos à hora de estabelecer “metas concretas para reduzir as emissões dos gases que causam o efeito invernadouro”.
Ban Ki-moon destacou a importância de inovar “e aproveitar os avanços tecnológicos”, bem como de assessorar aos países menos desenvolvidos para “desenvolver novos mercados” que permitam reduzir a emissão de gases à atmosfera.
Outras intervenções
Por sua vez, o presidente do Equador, Rafael Correa, chamou à atenção sobre a necessidade de que os países industrializados “recompensem aos mais pobres pela contaminação causada pelo seu bem-estar econômico”.
Ademais, assegurou que “não se pode passar por alto” a desigualdade na origem e na distribuição dos efeitos do aquecimento global.
De fato, Equador acolherá, o próximo 15 de outubro, um Encontro Internacional sobre Mudança Climática na América Latina, “Clima Latino”, no qual se analisará o impacto da mudança climática na região e as iniciativas para enfrentá-la.
Na sede da ONU, o chefe do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, assinalou que o fenômeno da mudança climática é “um desafio que nos obriga a atuar a escala mundial”, apostando por uma “ação multilateral efetiva”.
Zapatero destacou que a comunidade internacional deve trabalhar numa estratégia “integrada, que abarque todos os processos de desenvolvimento”, sem limitar-se só à redução de emissão de gases, senão que “permita adaptar-se desde já aos efeitos que já se estão manifestando”.
Nesse sentido, o presidente do El Salvador, Elías Antonio Saca, pediu em seu discurso que os países em via de desenvolvimento tenham “maiores possibilidades de acesso real” às tecnologias limpas.
O mandatário centro-americano disse que muitos países, “pese a limitações de orçamento”, estão conseguindo “avanços substantivos para reverter os efeitos da mudança climática”, ainda que destacasse que “poderiam fazer mais com maior financiamento”.
Também interveio na reunião o presidente guatemalteco, Óscar Berger, quem fez ênfase na necessidade de realizar “um esforço de todos os países, com uma responsabilidade comum, mas diferenciada”.
Segundo Berger, de não se realizar "viveremos danos irreversíveis sobra nossa agricultura, recursos naturais, populações e infra-estruturas".
Veja todos os assuntos